Pela primeira vez na série histórica de pesquisas realizadas pela consultoria Atlas Político, a maioria dos entrevistados (54%) é favorável a um processo de impeachment contra o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido). O presidente teve sua imagem ferida diante do embate com o então ministro Sergio Moro na última semana, apontou o levantamento publicado pelo El País.
O levantamento mostra que 58% das mulheres são favoráveis a um processo de destituição do presidente enquanto entre homens o percentual cai para 49%.
Analisando as respostas conforme a crença religiosa, o presidente ainda detém forte apoio dos evangélicos, que têm base parlamentar importante no Congresso. Entre os evangélicos, apenas 39% são a favor do impeachment e 53% são contra. Entre católicos, por exemplo, esses percentuais são de 59% a favor da destituição e 29% contra ela.
A Câmara dos deputados já recebeu ao menos 19 pedidos que acusam o presidente de crime de responsabilidade, sendo oito deles protocolados neste ano. E um vigésimo pedido deverá ser entregue nos próximos dias pelo partido que elegeu Bolsonaro, PSL.
Desde fevereiro a aprovação do presidente tem caído diante de seu comportamento durante a crise do coronavírus e do baixo desempenho econômico nesse período, mas foram os reflexos da demissão de seu ministro mais popular que afetaram diretamente seu capital político: 64,4% dos entrevistados desaprovam seu desempenho enquanto 30% o aprovam.