A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (14) que vai reduzir o preço do gás natural em 1,4% a partir de novembro e aprovou um programa de desconto para distribuidoras de gás encanado que venderem mais do que sua cota mínima contratual.
A ampliação do mercado do combustível é uma das prioridades da área energética do governo, que no mês passado anunciou uma série de medidas para tentar baratear os preços -algumas delas encaradas como intervencionistas pelo mercado.
A redução do preço responde a cláusulas contratuais, que preveem revisão trimestral de acordo com as oscilações da cotação internacional do petróleo e da taxa de câmbio. O cálculo é baseado na média trimestral dos dois indicadores.
Já os descontos foram aprovados em reunião de diretoria da semana passada, com o objetivo de encontrar mercado para os novos volumes de gás que a Petrobras terá com o início das operações de uma nova rota de escoamento da produção do pré-sal.
“A Petrobras está indo na direção de oferecer mais gás para a sociedade. Se tiver mais gás, vai ter gás mais barato”, afirmou a presidente da estatal, Magda Chambriard, em café da manhã com jornalistas no Rio de Janeiro.
Até o fim do ano, a empresa terá uma oferta adicional de 18 milhões de metros cúbicos por dia, que chegarão ao continente por meio do gasoduto Rota 3, que liga campos do pré-sal a Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Magda diz que, com preço adequado, o mercado brasileiro de gás pode triplicar, e afirma que a Petrobras mantém “lógica empresarial” na venda do combustível. “Vamos ganhar com a escala e fazer dinheiro com esse mercado que é imenso e é nosso.”
O discurso vai em linha do que defende o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que fez diversas críticas públicas ao antecessor de Magda na Petrobras, Jean Paul Prates, demitido após um intenso processo de fritura no governo.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, diz que a companhia aprovou ainda uma ampliação na oferta de contratos de gás às distribuidoras. De 20 tipos de contratos, as empresas agora podem analisar 48.
Sob críticas de ambientalistas, a Petrobras e o governo veem o gás natural como um combustível de transição energética, sob o argumento de que pode substituir carvão ou combustíveis de petróleo com menos emissões enquanto o mundo migra para renováveis.
O esforço da Petrobras nesse segmento inclui a atuação no mercado livre, em busca de grandes clientes industriais. Até o momento, anunciou contrato com as siderúrgicas Ternium, Gerdau e CSN e com a refinaria Acelen. Um quinto contrato deve ser anunciado até o fim do ano.
Fonte: Bahia Notícias