O Centro de Petrolina ficou movimentado durante a manhã desta quinta-feira (18). Isso porque, no primeiro dia de fechamento dos serviços não essenciais decretado pelo Governo de Pernambuco, comerciantes realizaram uma manifestação contra os 11 dias de quarentena.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de petrolina (Sindilojas), Joaquim de Castro, concedeu entrevista à repórter Karine Paixão, sobre o posicionamento do órgão acerca do decreto estadual. “Em 2020 o empresariado de uma forma geral teve que dar sua contribuição no combate ao coronavírus, sob o argumento do achatamento de curva, da preparação do sistema de saúde e muitas empresas tiveram problemas financeiros por conta do tempo de fechamento. Com as eleições, final do ano, Carnaval… houve o aumento dos casos… O que realmente conta, que é combater as aglomerações,não está sendo feito. O governo vem tomando medidas insípidas, sabendo que a eficácia é nula. Quando sai um decreto desse, a gente vê que a preocupação em combater o vírus é duvidosa”, diz.
Joaquim continuou as críticas ao decreto: “Sacrificar empresas consideradas não-essenciais, como confecções e eletrodomésticos é um absurdo, uma vez que elas não causam aglomeração; na outra ponta, tem transporte público, bancos e grandes redes de supermercado que aglomeram bastante e são consideradas essenciais. Eu não defendo que feche, defendo que tenha um controle rigoroso, então não há interesse em combater o vírus. Porque a primeira coisa que aconteceu hoje foi a redução da quantidade de ônibus, ou seja, continua a aglomeração nos ônibus e aí? Não muda nada e as empresas não essenciais ficam sem poder abrir, prejudicadas”, pondera.
Ainda de acordo com o presidente do Sindilojas, cerca de 400 empresas não conseguiram reabrir devido ao período de fechamento no ano passado. “Em decorrência do fechamento do ano passado, muitas empresas não conseguiram se reerguer e outras estão cambaleando , não terão forças pra se reerguer, ainda mais com a falta de auxílio. Não quero nem pensar na possibilidade desse períodos se prolongar além do dia 28 de março. Nós estamos em reuniões para saber como proceder no sentido de diminuir esse sofrimento, pois o Governo quando faz esses decretos pensa só nos ‘grandões’ e não nos pequenos empresários. Estamos estudando com o jurídico uma forma de acionar o Estado. Enquanto entidade, não defendemos a ilegalidade, porém, é preciso que a gente entenda que não há argumento que eu fale a um empresário sobre a dor dele, que ele precisa fechar, cada um faz aquilo que está dentro da sua necessidade”, finalizou.
As forças policiais do 5º BPM, 2º BIesp e Guarda Municipal estão em concentração na Praça do Bambuzinho para realizar a fiscalização e cumprimento do decreto.