A Prefeitura de Petrolina deu início ao recadastramento dos apontadores da Operação Carro-Pipa, ação emergencial responsável por garantir o abastecimento de água potável em mais de 500 comunidades da zona rural do município. A atualização dos dados deve ser feita até o dia 15 de agosto, de forma presencial, na Secretaria de Serviços Públicos e Defesa Civil.
De acordo com o secretário da pasta, Alisson Oliveira, a medida atende a uma solicitação do Governo Federal, por meio do Exército Brasileiro, responsável pela operação dos caminhões-pipa.
“É um prazer a gente poder falar com toda essa gama de ouvintes e convocar para que os apontadores possam vir até a Secretaria de Serviços Públicos e Defesa Civil, que hoje está situada na Rua José Pessoa, número 253, no Caminho do Sol — a antiga sede da AMMPLA, como todo mundo conhece. São 512 localidades que precisam passar por esse recadastramento, que foi solicitado pelo Exército Brasileiro. Caso não compareçam, o atendimento pode ser suspenso até que a regularização seja feita”, explicou o secretário.
O recadastramento deve ser realizado por meio do preenchimento de um formulário e pode ser feito presencialmente na sede da Secretaria de Serviços Públicos e Defesa Civil, situada na Rua José Pessoa, n° 253, Caminho do Sol (antiga sede da Ammpla), ou solicitado pelo whatsapp: (87) 9 8134-1838
Apenas veículos operados pelo Exército
Ainda segundo Alisson, o processo atual não envolve os caminhões mantidos diretamente pela prefeitura, que também executa uma frente de abastecimento hídrico em comunidades rurais:
“Estamos falando especificamente dos 21 caminhões-pipa que fazem parte da operação do Exército, com base nos critérios definidos pelo Governo Federal. São esses que precisam do recadastramento. Já os 28 carros que fazem parte da operação municipal, gerenciados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, não estão incluídos nessa etapa.”
Os apontadores são os responsáveis por validar o abastecimento. Eles usam um cartão para registrar a entrega da água nas cisternas comunitárias, que atendem diversas famílias de uma mesma região.
“Esses 512 apontadores são pessoas que registram a chegada do caminhão, e toda a comunidade do entorno se dirige à cisterna para coletar a água. Por isso, o impacto é coletivo e muito significativo. Se o apontador não se recadastrar, toda a comunidade pode ser prejudicada.”
Estiagem e risco de interrupção
Petrolina enfrenta um período de estiagem prolongado, o que torna o abastecimento via carros-pipa ainda mais essencial. O secretário ressaltou que o recadastramento é uma medida preventiva para evitar a interrupção desse serviço emergencial.
“Estamos passando por uma estiagem severa, principalmente nas áreas de sequeiro. Mesmo com programas como o Água Boa e os esforços políticos dos nossos deputados Fernando Filho e Antônio Coelho, além do prefeito Simão Durando, esses 21 carros do Exército continuam sendo essenciais. Por isso, reforçamos o pedido para que todos atualizem seus dados até o dia 15 de agosto.”
Inclusão de novas localidades
Sobre a possibilidade de ampliação do serviço para novas comunidades, o secretário explicou que a operação do Exército está limitada à estrutura atual. No entanto, demandas podem ser avaliadas pela equipe da prefeitura.
“Hoje, não é possível ampliar a cobertura do Exército por conta da limitação dos 21 caminhões. Mas, no caso da prefeitura, as solicitações podem ser feitas na Secretaria de Desenvolvimento Rural. A nossa equipe técnica avalia cada caso.”
Avanços e desafios no acesso à água
Durante a entrevista, Alisson também abordou os desafios enfrentados para garantir o acesso permanente à água encanada no município. Segundo ele, apesar dos investimentos feitos nos últimos anos, a expansão depende de uma atuação mais efetiva da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
“A gente mora às margens do Rio São Francisco. Se conseguimos levar água a quase 500 km de distância, por que não conseguimos atender comunidades que estão a 80 ou 100 km? Falta avanço da Compesa. A prefeitura tem feito sua parte, com grandes programas e adutoras, mas precisamos que o Governo do Estado também participe dessa missão.”
Alisson também defendeu que o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) retome sua atuação com caminhões-pipa nas regiões de maior vulnerabilidade.
“Desde 2015, o Estado deveria contribuir com carros-pipa através do IPA, mas isso não tem acontecido como deveria. Seria fundamental que o Governo Estadual, por meio do IPA e da Compesa, reforçasse esse atendimento junto ao Governo Federal e à prefeitura.”