Petrolina intensifica fiscalização contra bebidas adulteradas com metanol

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O avanço de casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol preocupa o Brasil. Até agora, o Ministério da Saúde confirmou 16 casos e investiga 209 suspeitos. Em Petrolina, embora não haja registros locais, a Vigilância Sanitária de Petrolina intensificou a fiscalização em bares, restaurantes e pontos de venda de bebidas alcoólicas.

Nesta segunda-feira (22), o programa Nossa Voz entrevistou o diretor-presidente da Agência Municipal de Vigilância Sanitária, Acácio Andrade, e a diretora de fiscalização, Lorena Andrade, que explicaram como está sendo feito o monitoramento e orientaram a população sobre riscos e cuidados.

Acácio Andrade explicou que, apesar de não haver casos no município, a Vigilância Sanitária está atuando de forma preventiva:

“Apesar de não termos casos suspeitos de intoxicação pelo metanol aqui no nosso município, o nosso processo de vigilância tem sido bastante ativo, com prevenção, orientação e educação sanitária. Desde os primeiros casos em Pernambuco, montamos uma operação para ampliar a fiscalização. Trabalhamos com duas frentes: a reativa, que atende denúncias, e a proativa, que atua de forma rotineira nos estabelecimentos para prevenir problemas antes que aconteçam.”

Ele detalhou que o foco são os estabelecimentos que vendem bebidas destiladas, onde há maior chance de adulteração:

“Hoje Petrolina conta com mais de 800 estabelecimentos que distribuem ou vendem bebidas alcoólicas. Nossa atenção está voltada para aqueles que comercializam destilados, justamente por serem mais vulneráveis à adulteração pelo metanol.”

Lorena Andrade explicou que as equipes atuam sete dias por semana, tanto em fiscalizações de rotina quanto em atendimentos a denúncias:

“Os fiscais estão de domingo a domingo nas ruas, realizando fiscalizações constantes. Intensificamos ações principalmente nos 800 estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, mas também atendemos denúncias de produção clandestina. Além disso, estamos preocupados em orientar os empresários sobre como identificar bebidas falsificadas, porque a informação é fundamental para prevenir problemas.”

Ela acrescentou que o município mantém contato constante com órgãos estaduais e associações do setor:

“Desde que surgiram os primeiros casos em Pernambuco, realizamos reuniões quase diárias com a APEVISA. Amanhã teremos uma capacitação com a Associação Brasileira de Bebidas para aprimorar a identificação de produtos adulterados e levar esse conhecimento para nossos fiscais e também para a população.”

Acácio destacou que a Vigilância Sanitária não atua apenas na fiscalização:

“Estamos lançando o núcleo de educação sanitária, que vai orientar população, contribuintes e servidores. Toda fiscalização também tem caráter educativo: mostramos a importância de comprar apenas em locais regulares e com nota fiscal. Assim, o comerciante tem respaldo caso ocorra algum problema, e conseguimos rastrear a origem de qualquer adulteração.”

Ele ainda comentou sobre a articulação com outros órgãos:

“Na próxima quarta-feira teremos uma reunião intersetorial com Procon, Agência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural para lançar um plano de enfrentamento a casos de intoxicação por metanol. É essencial ter parceiros para uma atuação ampla e eficiente.”

Sintomas da intoxicação

Lorena reforçou os riscos e os sinais de alerta para a população:

“Os sintomas iniciais da intoxicação por metanol podem se confundir com os efeitos da ingestão de álcool: náusea, vômito, tontura e desconforto gastrointestinal. Mas o metanol pode causar danos renais, hepáticos, neurológicos e até na retina, levando à perda da visão. Por isso, ao apresentar sintomas após beber algo de procedência duvidosa, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente, sem se automedicar.”

Ela completou:

“Atualmente, só é possível confirmar a presença de metanol através de exames laboratoriais. Até o momento, não tivemos notificações em Petrolina, mas nosso trabalho visa impedir a comercialização de bebidas falsificadas e garantir a segurança da população.”

Acácio reforçou a importância da colaboração dos moradores:

“Todos os alvarás devem estar expostos para que a população possa conferir. Atuamos tanto em estabelecimentos cadastrados quanto em denúncias de produção clandestina. O apoio da população é essencial para identificar locais suspeitos, permitindo que nossa equipe faça a fiscalização de forma rápida e eficaz, protegendo consumidores e comerciantes.”

Dicas da Vigilância Sanitária:

  • Compre apenas em estabelecimentos regulares e com nota fiscal;
  • Observe se o alvará está exposto;
  • Ao apresentar sintomas após ingerir bebida suspeita, procure atendimento médico;
  • Denuncie suspeitas de adulteração à Ouvidoria Municipal.