Petrolina recebe Seminário Conexões Transnordestina para discutir novo traçado da ferrovia

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Evento debate a integração logística entre Petrolina e Salgueiro e o papel estratégico do Vale do São Francisco na economia nordestina.

Petrolina sediou, nesta quarta-feira (13), a segunda edição do Seminário Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Mudará Pernambuco, iniciativa conjunta do Movimento Econômico e da Sudene. O encontro, realizado na CDL, reuniu empresários, representantes do setor produtivo, especialistas, governo e população para discutir o novo traçado Petrolina-Salgueiro, considerado estratégico para o escoamento da produção agrícola e integração logística da região.

A CEO do Movimento Econômico, Patrícia Raposo, destacou que o objetivo é retomar a discussão sobre o ramal que havia sido retirado do projeto original.

“Aqui em Petrolina, a grande discussão vai girar em torno do ramal Petrolina e Salgueiro, que fazia parte do traçado original, mas foi retirado e, graças a uma iniciativa da Sudene com a Universidade Federal de Pernambuco, os estudos devem ser retomados. Nós queremos discutir e mostrar a viabilidade que existe para essa conexão. Afinal de contas, aqui é um polo agrícola muito forte. Então, a gente entende que tem sim potencial para que essa obra aconteça e Petrolina se integre à ferrovia.”

Ela ressaltou que o debate será amplo e com participação ativa da sociedade.

“O traçado, o impacto econômico e a viabilidade do projeto serão analisados. Vamos ouvir o setor produtivo, a academia, especialistas e a empreendedora responsável pela execução da obra e dos estudos. Esse é o momento para todos contribuírem, trazendo seus pontos de vista. A população vai estar presente não apenas para ouvir, mas também para interagir, perguntar e colaborar. É um evento aberto, de construção coletiva.”

Com investimento estimado em R$ 3,5 bilhões e conclusão prevista até 2029, o novo ramal da Transnordestina é executado pela Infra S.A. e já apresenta avanços nos projetos básicos. O ex-superintendente da Sudene, Danilo Cabral, frisou que Pernambuco já começa a ver a obra sair do papel.

“A obra de Pernambuco começa a ganhar corpo. Temos a Transnordestina saindo do Piauí, uma parte indo até o Porto de Pesqueiro e outra de Salgueiro até Suape. Muitas vezes, as pessoas perguntam: ‘Como está a obra em Pernambuco?’. Vemos muita coisa acontecendo no Ceará, mas não sabemos como está aqui. Esse seminário dá conhecimento à população porque a obra está em curso. A expectativa do governo é iniciar a fase de obras no fim deste ano, com um trecho de Custódia a Arcoverde e outro de Belém de Maria até Cachoeirinha, totalizando 120 km.”

Segundo Cabral, integrar Petrolina ao traçado trará impacto direto no desenvolvimento econômico regional.

“A vinda a Petrolina busca mobilizar todos os atores locais sobre a importância dessa integração com Salgueiro. Quando estava na Sudene, iniciamos, junto com a UFPE, o resgate desse projeto. Hoje, 90% da manga e da uva exportadas pelo Brasil saem daqui, mas a ferrovia também vai atrair novos investimentos e cadeias produtivas. Com a integração, vamos reduzir custos, pois o transporte ferroviário é 40% mais barato que o rodoviário. Isso aumenta nossa competitividade e fortalece o Vale do São Francisco.”

Também presente, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, falou sobre a relevância do projeto para o Sertão do estado.

“Olha, a manutenção da Transnordestina aqui em Pernambuco, a retomada do trecho Salgueiro-Suape e a expansão dessa ferrovia para que ela chegue em outros polos têm sido a luta maior da governadora Raquel Lyra desde que ela entrou no governo. A primeira nossa conversa com o governo federal, a primeira conversa dela com o presidente Lula, foi em torno desse tema. Então, é o projeto mais relevante que a gente tem hoje de integração logística e de desenvolvimento econômico do Pernambuco e é fundamental para que a gente possa desenvolver todos os polos produtivos aqui do Estado.”

Danilo Cabral destacou ainda a importância da unidade regional para acelerar a obra:

“Essa não é uma obra de governo ou de oposição, é uma obra de todos os pernambucanos. É fundamental haver unidade em Pernambuco para acelerar a entrega. A Transnordestina é estratégica para a economia do estado e para a indústria local, e Petrolina precisa estar na vanguarda desse movimento.”