Petrolina reduz índice de infestação do aedes aegypti para 0,4% em 2025, mas chuvas acendem alerta

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A primeira pesquisa do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025 trouxe boas notícias para Petrolina, com um índice geral de infestação de apenas 0,4%. Esse resultado posiciona o município como área de baixo risco para surtos de arboviroses, de acordo com o Ministério da Saúde. Contudo, especialistas reforçam que não é hora de relaxar.

O secretário executivo de Vigilância em Saúde de Petrolina, Acácio Andrade, detalhou os resultados e alertou sobre os cuidados necessários. “Inicialmente, eu gostaria de agradecer a oportunidade de estar aqui, em um canal tão importante de veiculação de informação, para destacar a relevância da mídia na prevenção e combate ao Aedes aegypti, transmissor de arboviroses como a dengue. Este índice de 0,4% é sim muito positivo, mas não podemos nos acomodar. Após a pesquisa, tivemos chuvas intensas, o que aumenta o risco de proliferação do mosquito, especialmente em áreas com problemas de saneamento ou acúmulo de água”, destacou.

Acácio também destacou o pioneirismo do município no uso do método Wolbachia, uma tecnologia inovadora que reduz a capacidade do mosquito Aedes aegypti de transmitir doenças. “Petrolina é uma cidade inovadora no combate ao Aedes aegypti. Estamos utilizando o método Wolbachia, que consiste na introdução dessa bactéria nos mosquitos para reduzir a transmissão de arboviroses como a dengue, zika e chikungunya. Essa é uma estratégia moderna, sustentável e que está sendo monitorada com excelentes resultados. É motivo de orgulho sermos referência nacional nesse tipo de abordagem”, afirmou.

Apesar do índice geral positivo, alguns bairros apresentaram resultados acima de 1%, o que já configura estado de alerta. Entre eles, estão Pedra Linda, Dom Avelar e Novo Tempo. “Quando analisamos esses dados, conseguimos direcionar melhor o nosso planejamento estratégico para os próximos dois meses. Nesses bairros, os principais focos de larvas foram encontrados em depósitos com acúmulo de água para uso diário, como tambores e caixas d’água. Isso reflete a dificuldade enfrentada por comunidades que sofrem com abastecimento irregular e precisam armazenar água de forma improvisada”, explicou Acácio.

Ele reforçou que o controle do Aedes aegypti não é uma responsabilidade exclusiva da saúde pública. “Esse é um processo intersetorial. Precisamos de articulação com outros órgãos para resolver questões estruturais, como o abastecimento de água. No entanto, a população também tem um papel fundamental. Sempre reforçamos a importância de reservar dez minutos por semana para verificar e eliminar possíveis criadouros nas residências.”

Outro ponto de atenção são os terrenos baldios e imóveis desocupados, que podem se transformar em focos de proliferação. “Terrenos baldios são um grande problema, especialmente aqueles que acumulam lixo ou pneus descartados de forma irregular. Em Petrolina, temos 250 pontos estratégicos cadastrados, incluindo borracharias, cemitérios e ferros-velhos, que são monitorados a cada 15 dias. Mas isso não resolve o problema sozinho. Proprietários de terrenos e imóveis fechados devem colaborar, permitindo o acesso das equipes de Vigilância em Saúde para as devidas inspeções. Quando se trata de domicílios fechados, a secretaria não pode entrar sem autorização. Por isso, pedimos que os donos nos procurem para agendar uma vistoria”, detalhou o secretário.

Acácio ressaltou a importância de um trabalho conjunto entre poder público e sociedade. “Estamos finalizando o nosso Plano de Ação contra Arboviroses, que inclui não apenas a mobilização das equipes de saúde e endemias, mas também a conscientização da comunidade. Aproveito para agradecer aos profissionais da atenção básica e aos agentes de saúde e endemias, que estão na linha de frente, visitando residências diariamente. Esse é um trabalho que só tem sucesso porque é feito em parceria com a população.”

Sobre os casos registrados, Acácio revelou um panorama controlado, especialmente em comparação com o cenário nacional de 2024, que registrou altos índices de arboviroses. “Estamos monitorando de perto as notificações de dengue, chikungunya e zika vírus. Embora os números estejam baixos, reforçamos que a prevenção é sempre o melhor caminho”, concluiu.