Os meses de agosto e setembro são conhecidos por representar o período de maior reprodução de escorpiões, resultando em um aumento significativo no número de acidentes por picadas desse aracnídeo. Em Petrolina, a Secretaria de Saúde já registrou 285 casos de acidentes com animais peçonhentos neste ano, sendo 70 deles envolvendo escorpiões.
Francisco Freitas, conhecido como Chiquinho, Coordenador do Programa Chagas Vigilância Epidemiológica, comentou sobre a situação atual em entrevista. “Os meses de agosto e setembro sempre apresentam índices mais elevados de acidentes por escorpiões em nosso município. Esses números são baseados em uma série histórica e refletem um padrão consistente ao longo dos anos”, explicou Freitas.
Sobre as consequências das picadas de escorpião, Freitas detalhou: “O Ministério da Saúde classifica os acidentes com escorpiões em três categorias: leve, moderado e grave. Felizmente, 95% dos casos são considerados leves, com poucas repercussões orgânicas significativas. No entanto, é crucial que qualquer pessoa picada por um escorpião procure imediatamente ajuda médica para uma avaliação adequada, especialmente crianças e idosos, que são mais vulneráveis.”
Freitas também abordou a questão do tratamento e os cuidados necessários após uma picada. “O tratamento recomendado inclui lavar o local da picada com água e sabão, sem usar substâncias adicionais como álcool. É fundamental evitar práticas antigas, como torniquetes ou sucção do veneno, que podem piorar a situação”, alertou.
Em relação aos cuidados preventivos, Freitas destacou a importância da limpeza e da manutenção dos ambientes. “Para evitar a presença de escorpiões, é essencial manter a casa e o jardim limpos, evitando acúmulo de materiais que possam servir de abrigo. Além disso, é importante ter atenção especial a locais como caixas de gordura, que atraem baratas, principal alimento dos escorpiões”, aconselhou.
Durante a entrevista, o programa também recebeu um questionamento de Lindemberg sobre o tratamento de picadas de aranha, especificamente a conhecida Viúva Negra. Freitas confirmou que, embora existam aranhas venenosas na região, como a Viúva Negra, não há um soro específico disponível no Brasil para o tratamento dessas picadas. “O tratamento é geralmente de suporte, e a prevenção é a melhor abordagem. Manter ambientes livres de aranhas e buscar atendimento médico imediato é essencial”, afirmou.
Freitas finalizou ressaltando que a educação e a prevenção são as melhores formas de lidar com o aumento de picadas de escorpião e outros acidentes com animais peçonhentos. “O conhecimento sobre como evitar e tratar picadas é fundamental para proteger a saúde da população”, concluiu.