Petrolina sediará conferências sobre ecofisiologia e irrigação em outubro

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Petrolina será o palco da 2ª Conferência sobre Ecofisiologia de Plantas e do 33º Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem, que ocorrerão entre os dias 1º e 4 de outubro. Os eventos, de caráter técnico e científico, têm como objetivo reunir especialistas, pesquisadores e agricultores para debater temas como manejo hídrico, novas tecnologias e o impacto das mudanças climáticas na agricultura.

O professor Luiz Fernando, presidente do Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem, destacou a importância de Petrolina como sede. “Todos os 29 diretores da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem aceitaram a candidatura de Petrolina. Muitos pesquisadores e representantes da indústria têm grande interesse em conhecer a cidade e sua importância para o setor de irrigação”, afirmou.

Ele ressaltou ainda que, durante os quatro dias de evento, Petrolina será o centro das discussões sobre o futuro da irrigação e gestão de água no Brasil. ” Resolvemos reunir forças juntando os dois eventos”.

A professora Ana Rita, presidente da Conferência de Ecofisiologia, também ressaltou a relevância dos debates que ocorrerão. “O Brasil e o mundo estarão atentos a Petrolina, especialmente para discutir a ecofisiologia do estresse nas plantas, algo extremamente atual e necessário, sobretudo com os impactos climáticos que interferem na produção agrícola, sobre alimentação do mundo inteira. A oportunidade de trazer esse debate é para discutir a nível do Brasil, vamos mostrar caminhos para lidar melhor”, explicou.

De acordo com a professora Ana, a conferência abordará como as plantas lidam com fatores de estresse, como temperatura, radiação e manejo inadequado. “Qualquer organismo vivo pode passar por estresse, e com as plantas não é diferente. Ao longo do ciclo produtivo, elas estão sujeitas a fatores como pragas, doenças, variações climáticas e até erros no manejo, como irrigação ou aplicação de produtos agrícolas”, disse.

Durante o evento, especialistas discutirão a importância da irrigação e da integração de diferentes áreas do conhecimento para o sucesso da agricultura no semiárido. “A gente presta atenção naquilo que os dados nos mostram, seja em relação à chuva, seja em relação aos dados de manejo de água, à produção e produtividade”, explicou Ana.

Ela também ressaltou a importância de séries históricas de culturas e comportamentos climáticos. “Ao longo de um período, usamos para isso várias ferramentas computacionais, assim como a expertise de agricultores e técnicos. O que eles observam no dia a dia e registram é muito relevante, assim como as contribuições de consultores, engenheiros e pesquisadores. A Embrapa Semiárido e a Univasf, por exemplo, têm equipes grandes de pesquisadores que oferecem muita informação para que possamos tomar decisões”, afirmou.

“Não dá para pensar agricultura, estresse de plantas, irrigação e drenagem apenas com uma visão linear. É preciso uma visão holística, que reúna forças e saberes para entregar o melhor ao agricultor, que está na linha de frente”, concluiu Ana.

Luiz, enfatizou o papel crucial da irrigação no desenvolvimento agrícola da região. “A irrigação é um instrumento, mas ela sozinha não garante a produtividade e a qualidade. Quando cheguei aqui há 30 anos, o produtor de uva já era conhecido, mas se alguém produzisse apenas 8 toneladas de uva, estava praticamente falido. Hoje, falamos de produções de 50, 60 toneladas, ou até mais. Isso não foi só por causa da irrigação, mas pelo conjunto de técnicas aliadas a essa ferramenta”, comentou.

Ele ainda destacou a importância da irrigação no Vale do São Francisco e em outras regiões do Brasil. “A irrigação permite altos ganhos em condições adversas. No semiárido, dependemos dela para produzir, assim como em outras regiões do país. Aqui, somos a segunda região que mais irriga. Isso é crucial para garantir a produtividade e a qualidade das culturas, sempre pensando na sustentabilidade.”

Por fim, Luiz abordou a visão equivocada que parte da sociedade tem sobre a irrigação. “Há uma percepção de que a irrigação vai acabar com os rios e as fontes hídricas, mas isso não é verdade. Produzir com agricultura de sequeiro também consome água. Para produzir 1 kg de feijão, por exemplo, você gasta mais de 3.000 litros de água. As plantas precisam de água para exercer suas atividades fisiológicas e metabólicas. Por isso, a irrigação é fundamental”, concluiu.

Mais informações: https://ifsertaope.edu.br/petrolina-sedia-ii-conferencia-sobre-ecofisiologia-de-plantas-e-xxxiii-congresso-nacional-de-irrigacao-e-drenagem/