Considerada a pior dor do mundo, a neuralgia do trigêmeo é uma condição que afeta afeta aproximadamente cinco em cada 100.000 pessoas anualmente no Brasil, sendo mais comum em indivíduos acima de 50 anos e predominantemente em mulheres. Os dados foram revelados pela neurocirurgiã, Raysa Siqueira, da equipe Neurocárdio, em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (15).
De acordo com a especialista, o nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade facial, se ramifica em três partes: superior, média e inferior. Quando afetado pela neuralgia, provoca dor intensa, descrita como choques elétricos ou fisgadas agudas, que podem durar de segundos a minutos. Pequenos estímulos, como escovar os dentes ou uma brisa suave, podem desencadear episódios dolorosos.
“A neuralgia do trigêmeo é considerada uma das piores dores que um ser humano pode experimentar, impactando profundamente a vida dos pacientes”, explica Dra. Raysa, detalhando na sequência que o tratamento inicial envolve medicamentos, com uma taxa de resposta de 50 a 70%. No entanto, pacientes como Caroline Arruda, que não respondem ao tratamento convencional, necessitam de abordagens mais avançadas.
A estudante de medicina veterinária ganhou fama no país ao compartilhar com mais de 300 mil seguidores em sua conta no Tik Tok seu cotidiano com dores crônicas causadas pela condição.
Em Petrolina, há uma diversidade de tratamentos disponíveis. Segundo a Dra. Raysa, entre os procedimentos oferecidos pelo Neurocárdio estão técnicas percutâneas, como a compressão do nervo com balão, que alcança uma taxa de sucesso de 90% na redução da dor. Além disso, há opções de neuromodulação, como a estimulação magnética transcraniana, que utiliza pulsos magnéticos para modular a percepção da dor no cérebro, e a neuroestimulação invasiva, que implanta eletrodos no cérebro para controle contínuo da dor.
Questionada sobre as dores que podem ser confundidas com essa condição, a exemplo que problemas dentários e enxaquecas, a médica enfatiza a importância de um diagnóstico preciso desde o início dos sintomas, evitando tratamentos desnecessários, como extrações dentárias mal indicadas.
Os tratamentos são oferecidos no Centro Médico Neurocárdio ou na Clínica Neurocárdio Popular, ambos em Petrolina, onde a equipe multidisciplinar proporciona acompanhamento personalizado e suporte contínuo aos pacientes.