Planejamento financeiro: Como planejar as finanças em 2025

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Em entrevista nesta quinta-feira (2), a economista Socorro Macedo falou sobre as perspectivas econômicas para 2025 e deu orientações cruciais para quem deseja organizar as finanças neste novo ano. Segundo ela, o cenário econômico exige um olhar atento, principalmente depois de um período turbulento, marcado por uma inflação que superou as expectativas e pela desvalorização cambial. “Este ano será um período de ajustes, como se fosse um ‘freio de arrumação’, após um 2024 em que o consumo foi elevado e os preços subiram ainda mais devido ao câmbio desfavorável”, explicou a economista.

A inflação, embora tenha mostrado sinais de desaceleração, ainda exerce forte impacto sobre o poder de compra da população, e o processo de recuperação das finanças do país deve ser gradual. “O cenário permanece desafiador. Por isso, é essencial que as pessoas adotem uma postura proativa em relação ao controle financeiro”, afirmou Socorro Macedo.

Ela alerta para a importância de um planejamento financeiro bem estruturado, já que o primeiro passo para lidar com as adversidades econômicas é entender claramente o que motiva cada pessoa a seguir com suas metas.

“É preciso estabelecer metas financeiras para 2025, e essas metas precisam ser claras, específicas e mensuráveis. Não adianta criar um plano sem saber o que motiva a seguir com ele. Cada pessoa deve entender sua própria realidade financeira, o que pode fazer dentro de suas limitações, e, a partir disso, traçar um caminho bem definido”, afirmou.

De acordo com a economista, estabelecer um plano de ação é fundamental para que a pessoa consiga controlar melhor seus gastos, especialmente em um ano com tantas variáveis econômicas incertas.

A economista também abordou a questão do fim de ano, um período crítico para as finanças de muitas famílias. Durante este período, com o recebimento do décimo terceiro salário, férias e confraternizações, as pessoas tendem a gastar mais. “É uma época de grandes recebimentos, mas também de grandes endividamentos, já que, além das festividades, há os gastos com a volta às aulas, IPVA, IPTU e outros custos inevitáveis. Por isso, é fundamental planejar com antecedência e priorizar o controle financeiro, estabelecendo limites claros para evitar endividamento excessivo”, explicou Socorro.

Além disso, a economista fez uma análise detalhada da distribuição dos gastos familiares, considerando a realidade de quem vive com o salário mínimo, atualmente de R$ 1.518. Para ela, é essencial que as famílias sigam uma estratégia que distribua esse valor de forma equilibrada e de acordo com as necessidades essenciais. “A principal recomendação é que, ao receber a sua renda, separe uma parte para cada categoria de despesa. Em geral, cerca de 40% do salário deve ser destinado à alimentação, e o restante deve ser distribuído entre moradia, transporte, saúde e educação”, explicou.

Socorro também ressaltou a importância de não negligenciar a educação financeira e de buscar alternativas para aumentar a renda. “Se você participa de algum programa social, aproveite as políticas públicas de auxílio. Caso contrário, a pessoa deve procurar formas de complementar sua renda para garantir que as despesas sejam pagas em dia”, orientou.

A economista também tocou no tema das dívidas, uma realidade comum para muitas famílias brasileiras. Para quem já se encontra endividado, Socorro Macedo sugeriu que o primeiro passo seja adotar uma estratégia de pagamento inteligente. “Veja as taxas de juros de todas as suas dívidas e analise qual delas tem a maior taxa. Priorize o pagamento das dívidas mais caras, sempre com base na sua realidade financeira. E lembre-se: o processo não é individual. A renda familiar deve ser considerada, e todas as dívidas devem ser analisadas para que você tenha uma visão completa da sua situação financeira”, afirmou.

A economista também fez um alerta sobre o futuro econômico, destacando que, embora a Selic esteja em queda, ainda há chances de aumento das taxas de juros em 2025. “Este ano, é provável que as taxas de juros subam novamente, o que pode impactar tanto os financiamentos quanto as dívidas em aberto. Por isso, é essencial estar preparado e tomar as decisões financeiras com cautela”, disse Socorro Macedo.

Por fim, Socorro Macedo reforçou que o grande diferencial não está em quanto se ganha, mas em como se gasta. “A chave para uma saúde financeira sólida é o equilíbrio. Ter um plano, saber o que priorizar e o que cortar são decisões fundamentais para quem quer ter sucesso financeiro em 2025. A organização das finanças pessoais deve ser uma constante, não algo temporário”, concluiu a economista.