PM é absolvido em processo disciplinar, mas continua preso por homicídio de personal trainer em Petrolina

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A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) publicou, no Diário Oficial do Estado do dia 23 de julho de 2025, a Portaria nº 4106, que absolve o soldado da Polícia Militar, Murilo Ribeiro Araújo, em um processo administrativo disciplinar. De acordo com o documento, o Conselho de Disciplina concluiu pela insuficiência de provas relacionadas à acusação que motivou o procedimento — um caso que, segundo a corporação, não tem relação com o assassinato do personal trainer Geovanny Diniz Carvalho, ocorrido em outubro de 2024, em Petrolina.

Em nota enviada ao Nossa Voz, a assessoria da Polícia Militar de Pernambuco esclareceu que o policial foi absolvido em um conselho disciplinar referente a um crime de outra natureza, e que o processo disciplinar específico sobre o homicídio de Geovanny ainda está em andamento. Mesmo absolvido no primeiro procedimento, o soldado permanece recolhido no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), por ordem da Justiça, enquanto responde criminalmente pelo assassinato. A corporação acrescenta que, conforme prevê a legislação, o militar continua recebendo seus vencimentos, já que ainda não há condenação judicial.

O crime

O assassinato de Geovanny Diniz Carvalho, de 36 anos, chocou Petrolina. O personal trainer foi morto com vários disparos de arma de fogo, em 21 de outubro de 2024, quando saía de casa, no bairro Vila Mocó. Câmeras de segurança registraram toda a ação, revelando que o atirador abordou a vítima em frente à garagem, efetuou diversos disparos e ainda atingiu Geovanny na nuca, mesmo após ele cair no chão.

A investigação da 25ª Delegacia de Homicídios da Polícia Civil apontou o soldado Murilo como autor intelectual e executor do crime, motivado por ciúmes. A suspeita é de que o PM não aceitava o fim do relacionamento com a ex-companheira, que era aluna de Geovanny, e desconfiava da aproximação entre os dois. Familiares da vítima relataram que Geovanny vinha sendo ameaçado pelo policial desde abril daquele ano.

Durante a apuração, o carro utilizado no homicídio foi identificado. Segundo os investigadores, um comparsa teria dirigido o veículo para dar apoio ao PM durante a ação criminosa. Além disso, o histórico de ameaças, mensagens e confrontos em locais de trabalho da vítima reforçaram o pedido de prisão preventiva, decretada pela Justiça poucos dias após o crime.