Para desfazer pré-julgamentos e mal entendidos, o vereador Elismar Gonçalves se pronunciou, durante a sessão da última quinta-feira (16), elencando os motivos que o levaram a não assinar a CPI Caça-Fantasma. Segundo o parlamentar, após consulta aos seus advogados, ele decidiu não participar da viabilização do requerimento que seria encaminhado à mesa diretora da Câmara Municipal na sessão do último dia 09 de novembro.
“Alguns requisitos que foram colocados do artigo 56, inciso 1, quanto às especificações, número de vereadores, prazo de funcionamento, enfim, tudo isso foi cumprido. Mas, eu disse ao vereador Ronaldo Silva, que não teria como assinar a solicitação ou requerimento, por entender por minha percepção e não conversei com o jurídico desta casa, eu tenho um jurídico à disposição e alguns colegas sabem que faz parte deste jurídico, pessoas de destaque estadual e nacional, e eu tive a responsabilidade de ouvir. Não quero dizer que os colegas estão errados, pelo contrário, cada um aqui responde pelos seus atos, os 23 vereadores serão julgados no ano que vem pelos seus atos. Agora, eu respondo pelos meus e vou falar por eles”.
Elismar também reforçou já ter conversado com o autor do requerimento, Ronaldo Silva, mais de uma vez relatando os motivos que o fizeram não assinar o documento. ” No meu entendimento, no entendimento do jurídico, todos os objetivos foram cumpridos, mas na minha concepção – e com todo o respeito ao colega vereador Ronaldo Silva, que é meu amigo – faltaram elementos. Por mais que houvesse o vídeo, a denúncia das duas pessoas, faltou a justa causa. Estou falando que tem a denúncia dos fantasmas, mas eu me refiro ao requerimento. Poderiam ter elementos de melhor condição para fomentar o requerimento. É óbvio que cada um tem a sua posição”.
O vereador também fez um retrospecto de outros pedidos de CPI feitos ao longo da história da Câmara e suas consequências enquanto instrumento de investigação. “Eu sempre tive muito cuidado com meus atos, nas minhas falas de votar favorável ou contrário, inclusive, com processos de investigação nesta casa. Porque não é a primeira vez que se discute instalação de CPI, já assistimos várias outras. Já sabemos como começa, mas não sabemos como termina. Entretanto, como o próprio vereador já disse, já levou aos órgãos competentes, já denunciou e é óbvio que esses órgãos vão investigar e fazer sua parte”.
Elismar ainda destacou que o fato de não ter assinado o documento não o retira da oposição ao prefeito Simão e ao seu grupo político. “Aqui é muito interessante como se fazem os pré-julgamentos. Eu sempre tive muito cuidado. A oposição aqui éramos, no início, eu, Marquinhos [do N04], Samara e o vereador Gilmar. Se tem alguém que foi oposição ao prefeito, Miguel Coelho, desde 2017 eu estou no campo da oposição. Agora, não tenho o direito de sair esculhambando, de sair baixando o nível. Acredito que a história da cidade de Petrolina, que começou aqui do lado, como Passagem para Juazeiro, começou aqui, na Matriz, essa história nos ensina que é preciso ter responsabilidade e cuidado. Já vi muitas coisas que um dia estavam afastados e agora caminham juntos. Um dia caminham juntos e hoje estão separados. Então, é preciso ter responsabilidade com a fala e por isso eu tomo cuidado”. (Foto: Nilzete Brito/Ascom CMP)