Foi preso nesta segunda-feira (10) o homem suspeito de estuprar quatro mulheres durante uma entrevista de emprego para uma empresa terceirizada do Aeroporto do Recife, na Zona Sul da capital pernambucana. De acordo com a Polícia Civil, o homem foi denunciado pelo Ministério Público e, agora, é réu pelo crime de estupro.
O caso ocorreu no dia 29 de junho. Em entrevista à TV Globo, uma das vítimas disse que o recrutador, após mostrar que estava com uma arma no pênis, usou como pretexto a simulação de uma revista íntima para praticar os abusos.
De acordo com a Polícia Civil, o homem tem 37 anos e foi capturado na casa do pai dele, um policial reformado, no bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife, e não resistiu à prisão. A prisão foi feita após a Justiça expedir um mandado de prisão preventiva.
De acordo com o delegado Joel Venâncio, o homem já tinha prestado depoimento no dia seguinte ao crime, mas foi liberado por não ter havido flagrante.
“As vítimas procuraram, primeiro, uma delegacia em Jaboatão, mas o fato ocorreu no Recife. Posteriormente, duas vítimas estiveram na Delegacia de Boa Viagem, mas era noite, existiam muitas outras ocorrências e não se tinha estrutura. O delegado entendeu que se devia apurar e instaurou o inquérito”, disse.
O delegado informou ainda que, segundo representantes da empresa onde o recrutador trabalhava, ele não deveria ter feito a entrevista sozinho.
Ainda segundo o delegado, o Ministério Público acatou o indiciamento apresentado pela polícia e fez denúncia contra ele na Justiça, tornando-o réu pelo crime de estupro.
Depois de preso, o homem seguiu para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro da cidade. De lá, foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife. Ele deve ser submetido a uma audiência de custódia.
Procurado pela TV Globo, o advogado Eudes Guerra, que representa o acusado, disse que “o processo corre em segredo de Justiça e para resguardar a intimidade das vítimas e do acusado a defesa só vai se pronunciar nos autos”.
A Aena Brasil, que administra o Aeroporto do Recife, enviou uma nota dizendo que segue à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações no que for necessário. A companhia disse ainda que:
- “O fato teria ocorrido nas dependências da empresa, num dos terminais de carga, e imagens da entrada da área estão disponíveis para a investigação”;
- “A concessionária repudia veementemente qualquer gesto de violência e assédio, e não tolera nenhum ato desse tipo”;
- Espera que o caso seja elucidado “o mais rápido possível”;
- O Aeroporto recebe, diariamente, 4.500 trabalhadores das várias empresas que atuam no local e têm suas operações, escritórios e áreas operacionais.
Fonte: G1 Pernambuco