Durante discurso em Juazeiro (BA), nesta quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou críticas — ainda que com ironia — à forma como a duplicação da ponte Presidente Dutra foi conduzida por gestões anteriores. Lamentando que a obra não tenha sido concluída ainda em seu segundo mandato, Lula atribuiu o entrave à mudança no projeto original, promovida na gestão do ex-prefeito Isaac Carvalho. A alteração, segundo ele, resultou em um gargalo constrangedor no lado baiano da estrutura, apelidado pela população de “ponte picolé”.
“Essa ponte era pra ter sido inaugurada antes de eu deixar a Presidência. Mas aí houve um problema entre o prefeito e a sociedade, mudaram o projeto. E o que saiu foi uma ponte derretendo. Uma ponte picolé”, disparou o presidente, em referência ao estreitamento no trecho de Juazeiro, em contraste com o lado mais amplo em Petrolina.
Lula evitou citar diretamente o nome de Isaac Carvalho, mas as indiretas foram nítidas. Ao falar sobre o atraso na obra, ele ressaltou que a mudança política local custou caro à população e levou à paralisação de um projeto que já estava previsto em seu governo. “Mudaram o projeto, enrolaram, e quando fui ver, a ponte estava lá, travada”, disse.
A solução definitiva, segundo o presidente, está vindo com a obra da travessia urbana de Juazeiro, incluída no novo PAC, que promete reorganizar o tráfego e corrigir o estrangulamento viário gerado pela alteração anterior.
Em tom de cobrança, Lula também revelou uma conversa com o ministro da Casa Civil, Ruy Costa, sobre o cronograma de execução da obra. “Quando falei com o Ruy, ele me disse que estava previsto pra acabar em 2027. Eu disse: ‘Pelo amor de Deus, Ruy, vamos terminar em 2026! Eu quero vir aqui inaugurar essa ponte do jeito que ela merece!’”, afirmou, arrancando risos e aplausos da plateia.
