A taxação imposta pelos Estados Unidos a produtos agrícolas brasileiros, conhecida como tarifaço, acendeu um alerta entre produtores do Vale do São Francisco. Nesta sexta-feira (12), o prefeito de Petrolina, Simão Durando, falou sobre os impactos da medida e as ações que tem articulado em defesa da fruticultura irrigada, setor que movimenta a economia da região.
Durando destacou o peso da atividade para Petrolina:
“Um terço da população hoje vive da fruticultura irrigada. Nosso compromisso é manter a geração de emprego e renda, defender o trabalhador e apoiar pequenos, médios e grandes produtores, porque todos foram atingidos”, afirmou.
Articulação em Brasília e no BNDES
O prefeito lembrou que, assim que o tarifaço foi anunciado, buscou imediatamente o diálogo em Brasília:
“Nós marcamos uma reunião com o ministro Geraldo Alckmin. Foi lançado um plano de contingenciamento, mas ele não chegou na ponta, não saiu do papel”, disse.
Com a ausência de resultados, Durando e outros prefeitos recorreram ao BNDES.
“Pedimos a dilatação dos prazos junto aos bancos e um novo crédito especial para os produtores. Aqui em Petrolina, os recursos vêm do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste. O BNDES já lançou uma proposta para que os gerentes desses bancos procurem os produtores e comecem a renegociar as dívidas”, detalhou.
Proposta de crédito ao FNDE
Outra frente aberta foi com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelos recursos da merenda escolar.
“O FNDE autorizou os prefeitos a comprarem frutas por dispensa de licitação, mas o orçamento já está comprometido. Eu disse: façam um crédito suplementar. Apresentamos uma proposta de R$ 1 bilhão para que as cidades possam comprar os produtos atingidos pelo tarifaço, como a manga, o mel e a castanha”, explicou o prefeito.
Durando ressaltou que a medida pode beneficiar diretamente os produtores do Vale:
“Só com esse crédito especial as cidades terão condições de comprar, porque todos os prefeitos já fizeram a previsão orçamentária da merenda no início do ano. Sem esse recurso extra, não há como atender”.
Defesa da região
Ao final, o prefeito reforçou o compromisso com a população:
“Estamos agindo em várias frentes. Primeiro, defendendo o emprego do trabalhador e da trabalhadora da fruticultura irrigada. Depois, criando condições para que os produtores possam atravessar esse momento difícil. O tarifaço atinge a todos, mas vamos seguir lutando para proteger o Vale do São Francisco”.