A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma condição silenciosa que afeta um em cada quatro brasileiros. Apesar de, na maioria dos casos, não apresentar sintomas, ela está diretamente associada a graves complicações cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame.
O diagnóstico da hipertensão é confirmado quando os níveis da pressão arterial permanecem elevados de forma contínua, ultrapassando 14 por 9. Segundo a cardiologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf/Ebserh), Polyana Lima, o acompanhamento médico regular é fundamental. “Os níveis de pressão podem estar altos, e a pessoa não sentir absolutamente nada. Por isso, o monitoramento é indispensável”, alerta.
A doença é considerada multifatorial, resultado da interação entre fatores genéticos e hábitos de vida. “Quando pai e mãe são hipertensos, o risco de desenvolver hipertensão chega a 60%. Além disso, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool aumentam significativamente as chances de desenvolver a condição”, explica a especialista da unidade Ebserh em Petrolina.
O tratamento da hipertensão, segundo a médica, deve começar por mudanças no estilo de vida. “A base é melhorar os hábitos alimentares, dando preferência à comida de verdade: alimentos ricos em fibras, saladas, verduras e pouco sal. É essencial evitar temperos prontos, que são altamente ricos em sódio”, orienta.
A prática de atividade física também é indispensável. A recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de pelo menos 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos, complementados por treinos de força duas vezes por semana. “Esse é o mínimo. Se puder fazer mais, melhor ainda”, ressalta Polyana Lima.
Além disso, o controle do peso, a cessação do tabagismo e o consumo moderado de álcool são atitudes que contribuem para a prevenção e o controle da pressão alta. Dietas ricas em alimentos ultraprocessados, como fast food e produtos enlatados ou embalados em plástico e vidro, devem ser evitadas por conterem altos teores de sódio.
Em alguns casos, o uso de medicamentos é necessário para o controle da hipertensão. “O tratamento medicamentoso é de longa duração e deve ser individualizado. Desde 2011, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente os remédios para hipertensão e diabetes. Mas é essencial que cada paciente seja avaliado por um médico para definir a estratégia terapêutica mais adequada. Nada de tomar o remédio do vizinho”, adverte a cardiologista do HU-Univasf/Ebserh.
Sobre a Ebserh
O HU-Univasf faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Fonte: Assessoria HU