Com a decisão antecipada da deputada Priscila Krause de largar o DEM, a pré-candidata do PSDB ao Governo do Estado, Raquel Lyra, fez um gol de placa e conseguiu o que estava nos seus planos para botar os dois pés na Região Metropolitana: uma candidata a vice de perfil urbano e, mais do que isso, do seleto agrupamento da saia. Está fechada a primeira chapa da oposição à sucessão do governador Paulo Câmara composta, portanto, de duas mulheres.
Ambas, diga-se de passagem, com envergadura e DNA político. Cabeça da chapa, Raquel Lyra é filha do ex-governador João Lyra Neto, foi deputada estadual e secretária do Governo de Pernambuco antes de romper com os poderosos do PSB. Priscila, por sua vez, é filha do ex-governador Gustavo Krause, tem histórico de lutas no campo democrático do Recife. Ex-vereadora da capital, tem cara de política urbana e uma virtude: cresceu e se fez respeitada sem nunca estar na sombra da oligarquia socialista que reina no Estado e na Prefeitura do Recife.
Com Priscila na vice, Raquel entrará mais fácil e com mais rapidez na maior concentração do eleitorado do Estado, a Região Metropolitana, onde vota quase metade dos eleitores de Pernambuco. Juntas, abrem um novo paradigma: nunca uma mulher foi candidata ao Governo do Estado, com tabu quebrado duplamente, na medida em que a vice também veste saia.
Juntas, Raquel e Priscila surgem assim como o grande, impactante e mais revolucionário fato político novo da eleição que se aproxima. Têm em comum muitas coisas, com destaque para coragem, carisma, talento e ficha limpa. Pelas redes sociais, por onde a campanha terá um escoadouro extremamente importante, parecem imbatíveis, dão show e passam credibilidade.
Priscila deve ir para o Cidadania, partido no Estado liderado pelo deputado federal Daniel Coelho, também de perfil urbano, para evitar a chamada chapa pão com pão, ou seja, PSDB com PSDB. Para completar a aliança PSDB e Cidadania, se incorpora o PL, do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, que deve disputar o Senado, além do PSC, partido comandado pelo deputado federal André Ferreira, irmão de Anderson. Isso aglutina, consequentemente, o voto do segmento evangélico no Estado, com mais poder de influência na RMR, área de atuação da família Ferreira.
A oposição antecipou a campanha mais cedo do que se imaginava. Não está coesa, erro cometido na eleição passada no Recife, porque o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, mesmo isolado no jogo traçado por Raquel e Anderson, sairá candidato em faixa própria pelo novo partido resultado da fusão do DEM ao PSL. Além de Miguel, o ministro de Turismo, Gilson Machado Neto, tende a ser candidato ao Palácio para abrir um palanque ao presidente Bolsonaro no Estado.
(Blog do Magno)