Ainda repercute nos bastidores da política pernambucana a reunião entre os pré-candidatos ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) e Miguel Coelho (União). Na pauta do encontro estava a possível união dos dois ex-prefeitos em uma chapa única. Por não haver convergências sobre quem deveria encabeçar a campanha majoritária, ambos optaram por prosseguir em palanques separados, entretanto, mantendo a cordialidade presente entre as oposições no Estado. Em entrevista ao Podcast Folha Política, a deputada estadual e aliada de Raquel, Priscila Krause, fez questão de comentar o episódio negando ter influenciado tal decisão por divergências passadas com o grupo de Miguel.
“Eu não faço política olhando para o passado. Eu acho que com o passado a gente aprende e constrói o futuro. Quem faz políticas com ressentimentos não tem como ampliar palanques e construir possibilidades futuras. Então, cada momento com suas peculiaridades”, delimitou.
Para Krause, os atributos de Raquel Lyra não lhe permitem abrir mão da cabeça de chapa. “Eu não entendo que esses diálogos tenham sido fechados, não podem haver portas fechadas na oposição. Agora há um entendimento da necessidade de um desenho que ganhe a eleição para o governo do estado. E eu tenho um entendimento muito claro de que a candidatura mais forte, mais viável, não apenas pelo período de pré-campanha que se iniciou, mas por uma trajetória de vida, que é o que possibilita ter essa viabilidade agora, eu não tenho dúvidas, que é a pré-candidatura de Raquel, que é a candidatura que consegue dialogar com todas as regiões do estado, principalmente e de uma maneira muito importante, com a região metropolitana”.
Apesar de ter perdido a liderança nas pesquisas com a confirmação da pré-candidatura de Marília Arraes (SD) ao Governo do Estado, a deputada estadual acredita que a ex-petista pode desidratar ao longo da disputa, por ter intenções de votos ainda ligadas à Frente Popular, que buscará impulsionar o seu candidato, Danilo Cabral (PSB), na disputa ao governo. “A gente sabe que a pesquisa é um retrato do momento, mas eu não tenho dúvida nenhuma de que a candidatura de Raquel é a que tem musculatura, consistência e solidez suficiente para essa corrida de longa distância. Isso é uma maratona, não é um tiro de 100 metros. Por isso não vejo razão, não há esta razão de que se abra mão de uma candidatura com esse perfil”.
Ao findar a lista dos motivos pelos quais Raquel não abriu mão da pré-candidatura para apoiar Miguel, Priscila foi enfática. ” Esse não é um projeto da própria Raquel, de Priscila Krause ou de Daniel Coelho. Não tem ninguém que mande nesse projeto porque ele foi construído por todos nós, mas foi construído também e principalmente pelo povo de Pernambuco E Raquel, por outro lado, já demonstrou que não é o tipo da mulher que obedece, ela é o tipo da mulher que constrói”.