Unidos num belo propósito, produtores rurais de Pernambuco realizaram uma justa homenagem ao eterno deputado federal, Osvaldo Coelho, pela passagem da data do seu nascimento. Se vivo fosse, o Braço Forte do Sertão completaria hoje (24) 91 anos. O reconhecimento veio em forma de outdoors espalhados em diversos pontos de Petrolina.
Patrono da Irrigação de Pernambuco, Osvaldo Coelho tem sua história de vida unida às conquistas alcançadas pela fruticultura irrigada da região. “O meu legado é diminuirmos as desigualdades do Semiárido em relação ao Centro-Sul e as do próprio Semiárido. Para esse efeito, só há duas ferramentas: uma é a educação e a outra é a irrigação”, afirmava confirmando suas bandeiras de luta.
Deputado federal por oito mandatos e secretário da Fazenda de Pernambuco na gestão do irmão, Nilo, as digitais de Osvaldo Coelho se mantêm ativas em Petrolina, que desenvolveu-se graças aos projetos de irrigação implantados no Vale do São Francisco. E como prova de amor à sua terra, ele sempre se declarou como um “deputado distrital”, com atuação restrita a Petrolina e municípios do Sertão pernambucano, reforçando que o “deputado de varejo”, ou seja, votado em municípios de várias regiões, “pouco pode fazer por suas bases porque fica com sua atuação muito pulverizada”.
As áreas irrigadas deram início a uma verdadeira redenção da mulher e do homem sertanejo, fazendo valer o potencial do Vale do São Francisco como instrumento para transformação social e econômica. Mas nos locais onde as águas do São Francisco não conseguiu alcançar, Osvaldo, cuidou da construção de açudes, da perfuração de poços, do abastecimento d’água, da eletrificação e telefonia rural, da construção de estradas e adutoras, tudo isso direcionado para a geração de empregos e libertação das muitas formas de atraso enfrentados pelos sertanejos.
Na educação, o deputado também conseguiu aprovar a emenda para destinar 50% das verbas federais para o setor, focando no ensino básico. Foi essa emenda a precursora do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
A implantação da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que tornou a região um polo na educação, também teve sua total influência. Além disso, Osvaldo Coelho foi responsável pela criação da Escola Técnica e Agrotécnica em Petrolina, hoje IF- Sertão.
Casado com Ana Maria, de quem não perdia a oportunidade de envidar elogios de grande companheira, foi pai de seis filhos: Patrícia Coelho, Guilherme Coelho, Ana Josepha Coelho, Ana Carolina Coelho, Ana Maria Coelho Araújo e Ana Amélia Coelho Lemos.
Depois de 44 anos de dedicação à vida pública, no último pleito, em 2006, Osvaldo recebeu a expressiva votação de 72.109 votos, insuficientes, entretanto, pelo sistema proporcional, para manter o seu irretocável mandato na Câmara dos Deputados. A última vez que ingressou na disputa foi em 2010.
Mesmo não conseguindo êxito, não deixou de agradecer aos eleitores em um artigo intitulado de “OBRIGADO PELO SEU VOTO”.
“Fiz todo o possível para que o sertão tivesse um sonho melhor e consegui várias conquistas. Hoje, a região a qual represento é dotada de um aeroporto internacional, uma Universidade Federal, um CEFET, e é conhecida internacionalmente como a Capital da Irrigação. De acordo com o IBGE, em 2004, dentre os 5.560 municípios do Brasil, Petrolina ocupa a 3º posição no PIB agropecuário municipal, graças à fruticultura irrigada. Deixo implantado, em funcionamento, o Projeto de Irrigação Maria Tereza. Deixo concluída a primeira etapa do projeto de engenharia do Empreendimento Canal do Sertão de Pernambuco, que irá viabilizar economicamente 17 municípios da Região Oeste do Estado e em fase de conclusão de obras o Projeto de Irrigação Pontal. Deixo Petrolina com a responsabilidade de ser uma metrópole regional dotada de fonte de renda, de infraestrutura de transporte e de um importante centro educacional. Aos que pretendem se enfileirar no mesmo caminho da minha luta, sugiro que insistam em reduzir a maior taxa nacional de analfabetismo, triste realidade do semiárido nordestino. Persistam na luta para obtenção de um crédito subsidiado, compatível com as condições climáticas do semiárido. Exijam-se do Governo mais incentivos às atividades produtivas, como a bovinocultura, a ovinocaprinocultura, a piscicultura e a apicultura, atividades econômicas que possibilitam a inclusão social. Ênfase especial deve ser dada à Irrigação, à implantação de Projetos Públicos de Irrigação”.
Ao concluir, deixou para a eternidade a marca do seu legado: “Espero que as pessoas se lembrem de mim como aquele que fez tudo para fortalecer os mais fracos”.