A comunidade acadêmica da Universidade de Pernambuco (UPE) em Petrolina realiza, na tarde desta segunda-feira (19), um ato de protesto no estacionamento da instituição. A mobilização está marcada para as 17h e envolve professores, técnicos e estudantes, que denunciam o sucateamento da estrutura física do campus e a falta de investimentos por parte do governo do Estado.
Segundo o professor Reinaldo Carvalho, representante do Sindicato dos Docentes da UPE (ADUPE), a mobilização tem como objetivo discutir os rumos da universidade diante da interdição do bloco A — prédio que abriga a administração, a Escola de Aplicação, 17 laboratórios e coordenações de cursos.
“A tragédia já era anunciada há muito tempo. Estou na UPE desde 2011 e o problema estrutural do bloco A é antigo, resultado de cortes orçamentários sucessivos que impediram reformas e manutenções”, afirmou. Ele ainda destacou que a assembleia, marcada para o mesmo horário do ato, poderá deliberar sobre um indicativo de greve.
De acordo com Reinaldo, o protesto também busca chamar a atenção da governadora Raquel Lyra. “A UPE tem ficado no fim da fila de prioridades do governo estadual. Os cortes anuais no orçamento afetam diretamente a qualidade da estrutura e do ensino oferecido. Precisamos de uma solução urgente para que estudantes e profissionais não sejam ainda mais prejudicados”, declarou.
A estudante Maria Vitória, do curso de História, reforçou as denúncias. “É revoltante ver a UPE sendo destruída aos poucos. Não temos mais onde estudar. Os laboratórios estão inutilizados e há atraso no pagamento de merendeiras. Além disso, sofremos com a constante falta de água e energia”, disse.
Ela também criticou o que considera um abandono da universidade, mesmo diante da sua relevância para a formação de profissionais da educação e da saúde no Sertão. “Estamos cansados de silêncio e omissão. Não aceitaremos mais esse descaso. Esperamos uma grande mobilização nesta tarde”, completou.
A interdição do bloco A foi o estopim do protesto. A estrutura apresenta riscos à segurança de alunos, professores e técnicos, levando à suspensão de atividades em diversos setores do campus. A comunidade acadêmica pede respostas e ações concretas por parte do governo do Estado de Pernambuco.