Profissionais da educação protestam em frente à prefeitura de Petrolina e pedem reunião com prefeito

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Profissionais da educação realizaram, nesta manhã, um protesto pacífico na Praça Auxiliadora, área central da cidade, em frente à sede da prefeitura. O grupo pede melhores condições de trabalho, reajuste salarial e uma reunião urgente com o prefeito Simão Durando para discutir as demandas da categoria.

Durante a manifestação, cartazes, faixas e falas emocionadas chamaram atenção para problemas que, segundo eles, já se arrastam há anos.

Em entrevista, a ex-assistente educacional Mariana Cordeiro relatou os principais pontos que motivaram a paralisação.

“Estamos aqui hoje em busca de suporte psicológico para lidar com a sobrecarga do nosso trabalho, visto que as horas são estipuladas além do nosso contrato. Estamos também relatando e denunciando o assédio moral por parte de gestores e coordenadores. Exigimos a redução da quantidade de estudantes por profissional, visto que é estipulado duas crianças por turno quando assinamos o nosso contrato, mas há relatos de assistentes educacionais que ficam com mais de quatro a cinco crianças. Precisamos de reajuste salarial digno e carga horária compatível com nossas atividades”, disse.

Mariana também chamou atenção para problemas de infraestrutura:

“As escolas postadas pela atual gestão, nas redes sociais, não condizem com a realidade das escolas de periferia, que emanam mau cheiro não por falta de limpeza, mas sim por questões estruturais e de falta de material de limpeza. O mesmo acontece com auxiliares de cozinha, que precisam tirar do próprio salário para comprar tempero, já que só é fornecido o básico”, denunciou.

Ela ainda criticou a demissão de colegas que estariam à frente da organização do protesto:

“Foram demitidos dois funcionários da liderança, um dia antes da manifestação, sem nenhuma justificativa. Deixamos claro que não aceitamos mais injustiças e o descaso com os profissionais que fazem a educação acontecer.”

Falta de diálogo

Outra manifestante, Taína, destacou que a categoria tenta há meses uma aproximação com a gestão municipal.

“Desde o ano passado buscamos comunicação. Tivemos uma reunião com a secretária, que recebeu bem as nossas reivindicações, mas não vimos avanços. Este ano, com ainda mais demandas, não houve qualquer contato nem da prefeitura, nem da secretaria de Educação.”

Segundo ela, o ato reúne cerca de 200 profissionais da educação e deve ganhar reforço de associações e mães atípicas. Após a concentração em frente à prefeitura, o grupo seguirá em caminhada até a Câmara de Vereadores.

Expectativa

O movimento espera que o prefeito Simão Durando receba os representantes da categoria e dê encaminhamento às pautas apresentadas. Enquanto isso, as vozes dos profissionais seguem ecoando da Praça Auxiliadora com o pedido central: diálogo e valorização.