Programa ‘Linha Direta’ da TV Globo relembrará Caso Beatriz de Petrolina

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O brutal assassinato de Beatriz Angélica Mota, uma criança de apenas 7 anos, ocorrido em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, será o tema do primeiro episódio da nova temporada do programa “Linha Direta” da Rede Globo, em 2024. O episódio, apresentado por Pedro Bial, vai ser exibido hoje (18) a noite, após Os Outros.

O “Linha Direta” é conhecido por tratar de casos ainda não resolvidos ou em investigação. Embora um suspeito esteja preso e tenha confessado o crime, muitos questionamentos ainda cercam o caso Beatriz. Em 2015, durante uma festa de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde seu pai lecionava inglês, Beatriz desapareceu ao se afastar para beber água. Seu corpo foi encontrado horas depois, escondido atrás de um armário, com múltiplas facadas.

Em entrevista ao blog Nossa Voz, Lucinha Mota, contou sobre o caso. 

“Estamos convencidos de que identificamos o assassino. Após a manifestação, houve uma verdadeira investigação e a polícia empenhou-se em reunir todas as provas necessárias, como o DNA, que foi crucial desde o início”, afirmou Lucinha Mota, mãe de Beatriz. “Percorri várias cidades e estados na busca por um suspeito que se assemelhasse à pessoa vista no vídeo, para que pudéssemos comparar o DNA e chegar ao autor do crime.”

Lucinha também expressou sua gratidão pelo apoio recebido: “Quero agradecer a todos que nos ajudaram nesse processo, em especial ao Senhor Freddy Ponce, um investigador criminal de Miami, e ao grupo ‘Somos Todos Beatriz’, que nos deu a força necessária para continuar essa luta. Agradeço também ao povo de Pernambuco pelo amparo durante nossa busca por justiça.”

Ela destacou a importância da cobertura midiática para o avanço do caso: “Após a manifestação, foi questão de dias até o governador nos ouvir e considerar medidas para resolver o caso. E agora, o programa ‘Linha Direta’ vai detalhar o que aconteceu no dia do crime e nos eventos subsequentes.”

Lucinha criticou a lentidão do processo judicial: “O processo tem avançado a passos lentos, o que é inaceitável. Só houve movimentação ontem, porque a questão será exposta em rede nacional hoje. É uma vergonha que o processo tenha ficado parado por dois anos.”

Ela concluiu, reforçando o impacto emocional dessa espera para a família: “Como família, vivemos na ansiedade e no sofrimento, querendo resolver isso de uma vez por todas. Amanhã, estarei no programa com Patrícia Poeta, onde falaremos sobre nossa luta e esperança de impulsionar outras famílias a buscarem justiça.”

Relembre o Caso Beatriz

Em 10 de dezembro de 2015, na cidade de Petrolina, interior de Pernambuco, a jovem Beatriz Angélica Mota foi brutalmente assassinada durante a festa de formatura da irmã mais velha. Com apenas 7 anos, Beatriz acompanhava a cerimônia de colação de grau do terceiro ano do ensino médio no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde seu pai lecionava inglês.

Durante o evento, Beatriz se afastou dos pais para beber água e, após notar a demora da filha em retornar, o pai interrompeu a apresentação musical para solicitar pelo microfone a presença da menina. Funcionários e convidados iniciaram uma busca imediata. Infelizmente, o corpo de Beatriz foi encontrado escondido atrás de um armário em um depósito desativado, apresentando múltiplas facadas — dez golpes, conforme identificado pela perícia. Nenhum suspeito foi detido na ocasião.

A investigação do crime enfrentou desafios significativos desde o início, incluindo a falta de conclusões imediatas e a troca frequente de delegados responsáveis — oito ao total. A polícia também realizou sete perícias e analisou mais de 900 horas de filmagem, além de coletar mais de 400 depoimentos. A família, buscando respostas, chegou a contratar um detetive particular, evidenciando a dificuldade das autoridades em identificar um suspeito ou a motivação para o crime.

As primeiras evidências concretas surgiram somente após um exame de DNA realizado na arma do crime, encontrada no corpo da vítima. Seis anos após o assassinato, Marcelo da Silva foi identificado como o autor e confessou o crime, embora sua confissão tenha sido recebida com ceticismo pela mãe de Beatriz e questionada por sua defesa, que alegou possível coerção.

As motivações para o crime ainda são incertas. Marcelo, já preso por outros delitos, alegou que matou Beatriz após ela se assustar com a faca que ele portava. Hipóteses de motivações religiosas, rituais de magia negra e até vingança contra a família, dado o vínculo do pai com o colégio, foram consideradas, mas nenhuma foi comprovadamente estabelecida até o momento. Atualmente, Marcelo aguarda julgamento, enquanto a comunidade e a família continuam buscando justiça e respostas definitivas para o trágico caso de Beatriz Angélica Mota.