Na manhã desta quarta-feira (19), moradores da comunidade Porto da Ilha interditaram a estrada das Pedrinhas em protesto contra as condições da via e a falta de infraestrutura básica na região. O ato reuniu dezenas de pessoas e contou com a presença do Corpo de Bombeiros, que trabalhou para desobstruir a pista.
Os manifestantes utilizaram pneus, madeira e restos de entulho para interditar a via, cobrando melhorias no acesso à comunidade. Irinaldo Bernardo, um dos moradores, explicou o motivo da manifestação:
“É o seguinte, eu liguei para a rádio semana passada, pedindo um esclarecimento da prefeitura a respeito da entrada aqui. Eu comuniquei que o acesso estava com apenas 4,80 metros para mão e contramão. Infelizmente, eu expliquei que era do acesso da pista até a chegada da vila. Fomos representar aí da prefeitura, esclareceram que fizeram a via, o calçamento, porque a rua é estreita. Eu não estava reivindicando lá dentro da Vila, que lá tá certo. Ninguém vai derrubar casa para arrumar rua na vila, não. Eu tô falando dos 700 metros que dão acesso à vila, que estão com 4,80 metros para mão e contramão, sendo que passam veículos pesados, ônibus escolar, ônibus das áreas agrícolas.”
Segundo Irinaldo, a situação se agravou após a obra realizada pela prefeitura, que estreitou ainda mais o acesso:
“Se vier um ônibus saindo, não tem como outro veículo entrar porque não há acostamento. Como é que fica a situação? Se tem dois carros indo, um entrando e outro saindo, a pessoa fica exposta a um acidente a qualquer momento.”
Eduardo Gival, outro morador, também se manifestou:
“A gente vem agradecer as obras, que são benéficas para nosso bairro, mas queremos uma coisa bem feita. Precisamos não só do asfalto, mas também de uma creche, porque as mães de família não têm onde deixar seus filhos para trabalhar. Além disso, não temos água tratada. Estamos a 800 metros do rio, mas bebemos água diretamente dele.”
Além da infraestrutura viária e da falta de abastecimento de água, os moradores também cobraram atendimento de saúde na localidade:
“Nós não temos posto de saúde aqui não, viu? Estamos jogados mesmo. Se quisermos nos consultar, temos que ir para o Serrote ou procurar atendimento em outra área.”
O presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Porto da Ilha, José Aderson Oliveira, reforçou as reivindicações:
“A comunidade tem razão. Na realidade, estreitaram as ruas. A principal tinha 15 metros de largura, deixaram com 6 metros, 6 metros e meio. A entrada do Porto da Ilha tem apenas 4,80 metros, então uma moto e um carro passam apertados. Se vier um ônibus, não passa. Estamos reivindicando a ampliação dessa entrada.”
Durante o protesto, o Corpo de Bombeiros esteve presente e iniciou a liberação da via para passagem de veículos. Segundo José Aderson, um novo ato já está sendo planejado caso as demandas não sejam atendidas:
“O secretário passou um áudio dizendo que uma equipe da secretaria viria para avaliar a ampliação do trecho. O ideal seria a construção de uma rotatória aqui na entrada do Porto da Ilha, mas até agora nada foi feito.”
Procuramos a pasta da prefeitura responsável pela infraestrutura para obter um posicionamento sobre as reivindicações dos moradores, que informou que a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) convocou uma reunião, na manhã desta quarta-feira (19), para ouvir a comissão formada por moradores da localidade de Porto da llha. Na oportunidade, serão esclarecidas as dúvidas sobre o projeto de pavimentação e ouvir os pedidos da população.
