O Nossa Voz acompanhou na manhã desta quarta-feira (15) a manifestação realizada por estudantes de Petrolina para cobrar o passe livre e a redução no valor da passagem, que passou de R$ 4,10 para R$ 5 desde dia 1º de fevereiro. Eles percorreram as ruas do Centro e se concentraram em frente à Prefeitura com faixas e cartazes.
“A gente tá aqui manifestando o que realmente interessa pra gente, um passe livre e uma passagem mais barata pro povo petrolinense. A gente tá aqui não só por nós, pelas pessoas de Petrolina também, pelos nossos pais”, afirmou a estudante Amanda.
Para o presidente da União de Estudantes Secundaristas de Petrolina, Paolo Presta, o valor da passagem é abusivo. “Cinco reais, basicamente é um assalto ao bolso não só do estudante, como também do povo trabalhador. Cinco reais é literalmente a passagem mais cara do Nordeste e uma das mais caras do Brasil, ficando acima até mesmo de São Paulo. Tem bairro de São Paulo que é maior que a nossa base territorial urbana”, reclamou.
“Tamo também na luta pelo passe livre estudantil, que foi uma das promessas do [ex] prefeito Miguel Coelho e o então atual prefeito Simão Amorim, e tem também tem todas as questões do transporte público, tem que ter ônibus com ar-condicionado, tem que ter pontualidade que nunca tem, tem que ter frota maior porque a frota está extremamente reduzida, então os ônibus estão sempre lotados, e tem que ter mais qualidade no ônibus como um todo, porque a gente não passa um dia sem um ônibus quebrar, sem atrasar pro trabalho, sem atrasar pra escola, então não podemos aceitar esse descaso com nosso povo”, destacou Presta.
O vereador Gilmar Santos (PT) participou da mobilização dos estudantes. Ele afirmou que solicitou ao presidente da Câmara de Vereadores de Petrolina, Aero Cruz, a realização de uma audiência pública para discutir o tema e que protocolou um ofício sugerindo para o dia 15 de março. “Apresentamos a proposta da audiência pública, foi aprovada por unanimidade pelos vereadores. É a audiência pública o espaço democrático para que o povo seja escutado e a prefeitura explique os fundamentos legais, administrativos e técnicos sobre esse aumento abusivo. De cara, nós discordamos desse aumento porque não existe transparência, não existe democracia. É um sacrifício à vida do trabalhador assalariado, a quem mora na periferia, e um sacrifício principalmente aos estudantes que não têm renda”, defendeu.
Os manifestantes foram recebidos por representantes da gestão municipal em uma reunião para discutir as propostas do estudantes.