Em uma entrevista ao programa Nossa Voz, nesta sexta-feira (8), Maria Joelma, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Assalariados Rurais de Petrolina, detalhou as expectativas para a Assembleia que ocorrerá no próximo domingo (10) e falou sobre as reivindicações da categoria, a valorização do trabalhador e as dificuldades enfrentadas pela classe.
A Assembleia será marcada por diversas atividades recreativas, com destaque para um jogo de futebol, brincadeiras como dominó, além de uma feijoada para os presentes. Segundo Joelma, a ideia é proporcionar um dia de lazer para os trabalhadores rurais, que têm enfrentado um cotidiano de muitos desafios. “Nossa Assembleia que vai acontecer agora no dia 10 vai ser no próximo domingo, depois de amanhã, E lá nós vamos ter jogos de futebol, vai ter brincadeiras como dominó, vai ter piscina para adulto e também para as crianças, e também uma feijoadinha, porque saiu um dia da rotina. O nosso povo merece”, destacou Joelma.
Ela também explicou que a mudança no formato do evento, que tradicionalmente era realizado à noite, se deu pela crescente violência na região. “Geralmente a gente fazia à noite, mas diante de tanta violência, achamos melhor proporcionar esse dia de lazer e terminar cedo para o trabalhador se recuperar para trabalhar no outro dia”.
Sobre as reivindicações da categoria, Joelma detalhou as principais pautas que serão discutidas durante a Assembleia. “Estamos pedindo um reajuste salarial para R$ 1.650, uma cesta básica de R$ 200, gratificação para quem trabalha com o motorzinho nas fazendas, alimentação no local de trabalho e outras cláusulas que insistimos todos os anos”, informou.
Ela ressaltou que, embora já tenha havido uma previsão de negociação com os empregadores, ainda não há uma resposta concreta sobre o tema. “Ainda não foi entregue, mas já tem a previsão de negociação, que deve acontecer ainda este ano. Precisamos aprovar nossa pauta para depois levar à mesa de negociação com a classe patronal. A expectativa é que haja um avanço”, disse Joelma.
A sindicalista também falou sobre a importância de garantir melhores condições para o trabalhador rural, destacando a necessidade de dar mais atenção ao ambiente familiar e à qualidade de vida desses profissionais. “A gente sabe que o trabalhador e a trabalhadora precisam de mais tempo com a sua família. Quando o trabalhador trabalha no sábado o dia inteiro, na segunda-feira, ele está mais cansado do que tudo. Ele precisa de mais tempo para descansar, para cuidar da sua casa e da sua família”, afirmou.
Joelma enfatizou que, quando as empresas implementam a compensação das horas de sábado durante a semana, a produção tende a ser mais eficiente. “A experiência tem mostrado que, quando o trabalhador tem mais tempo de descanso ou de convívio com a sua família, a produção melhora. Algumas fazendas já têm esse acordo coletivo e os resultados são positivos”, explicou.
Em relação ao impacto da crise na mão de obra na fruticultura irrigada, Joelma mencionou a visita de ministros que ocorrerá em Petrolina e a implementação de um projeto que visa regularizar o trabalho de quem recebe o Bolsa Família. Contudo, ela também fez um alerta sobre a renda per capita, que ela considera insuficiente para que as famílias atendidas possam se beneficiar desse projeto. “A renda per capita de R$ 218,00 é muito baixa para sustentar uma família. Precisamos urgentemente de um reajuste, senão muitos trabalhadores e suas famílias não vão se qualificar para os benefícios”, lamentou.
O sindicato segue trabalhando para garantir a valorização da mão de obra rural, e, para Joelma, é essencial que os trabalhadores estejam unidos nas Assembleias para fortalecer as reivindicações. “A valorização do trabalhador envolve tudo isso, desde a melhoria nas condições de trabalho até o reconhecimento da importância do tempo de descanso e da convivência familiar. Esse é o caminho para melhorar a vida do trabalhador rural”, finalizou.