Os moradores da Rua 10 do bairro São Jorge estão padecendo com esgotos correndo a céu aberto. Muitos podem pensar que isso não é novidade, já que desde a sua implantação não havia um sistema de saneamento básico em funcionamento. Entretanto, as obras de manutenção e interligação à bacia do Dom Avelar, que traziam esperança de dias melhores, ao correrem em um ritmo mais lento do que o esperado pela comunidade agravaram alguns transtornos já existentes.
Segundo Maria das Dores, há cerca de seis meses, os funcionários da empresa responsável pela obra abriram grandes buracos na via para construção das caixas de concreto para coleta do esgoto residencial. Em entrevista ao Nossa Voz, ela cobrou providências urgentes. “Na verdade a gente quer a Prefeitura venha fazer alguma coisa, nos ajude a tirar esse esgoto em frente a nossas casas. Sem falar a imundice, a falta de higiene. Isso aqui causa doenças, o mau cheiro é terrível e só tem uma mão para passar os carros. Está muito perigoso. Na verdade, isso tem que sair daqui e há condições da prefeitura resolver. Precisamos que alguém venha nos ajudar porque não temos como resolver, só eles”, reforçou revelando que há, pelo menos, três meses não vê os trabalhadores no local.
“Tem uns três ou quatro meses que eles não aparecem por aqui. Trouxeram os materiais para fazer a caixinha e levaram de volta. Mas não vieram fazer mais nada. Está triste isso aqui. Prefeito, nos ajude”, completou.
Cláudia Coelho tem dificuldades até mesmo para colocar o carro na garagem. “Todos os dias quando chego do trabalho a noite, eu sou técnica de enfermagem, é uma dificuldade para colocar o carro na garagem. Fico até com medo do pneu ficar preso entre um buraco e outro. Mau cheiro, muita mosca e muriçoca que tem demais. A chuva veio e acabou de entupir, trouxe até o restante da terra que eles deixaram ali e jogou no buraco. A água veio e entrou na casa da vizinha. Quer dizer, nós estamos prejudicados. O vizinho precisa alugar garagem porque não tem condições de colocar o carro dentro de casa”.
Edvandison Máximo Barros também reside na Rua 10 do São Jorge e teme pela segurança dos netos. “Isso aqui é mais difícil que enterro de anão. Você já ouviu falar sobre enterro de anão? Isso aqui está igual. Já começaram um monte de vezes e nunca termina. Eu e os vizinhos colocamos o aterro e ficou tudo bom. Agora vem e desmancha e faz isso aí. O que vai acontecer quando cair um menino aí dentro. Se ele chegar a morrer? Quem é que vai assumir quando cair uma criança aqui dentro?”, questionou.
A mãe de Maristela Maria, localizada em frente a um dos buracos, além de ter que conviver com o mau cheiro, ainda teve a casa inundada durante as chuvas. A idosa também contraiu uma bactéria cuja origem a família desconfia ser dos esgotos que escorrem na sua porta. “Eu tenho filhos pequenos, aqui é a casa da minha mãe e eu fico preocupada. A gente senta aqui fora e fica com eles para brincarem aqui, mas preocupadas, sempre de olho. Tenho minha mãe que está com ferimento na perna muito sério, com uma bactéria. Ela sentava aqui todas s noites e a gente fica até um pouco receoso de não foi por isso. E quando choveu, inclusive, ali transbordou e entrou tudo aqui, ficou tudo preto. Na casa do meu irmão que fica aqui ao lado, também entrou água e ele teve que tirar até tapuru. Isso aqui é uma imundice e a gente fica no prejuízo”.
Em contato com a redação do Nossa Voz, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Petrolina afirmou que técnicos da Secretaria de Obras e Mobilidade Urbana foram ao local avaliar a situação.