“Quem está resolvendo o problema de saúde de Petrolina é o Governo do Estado”, afirma Lucinha Mota 

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Nesta quinta-feira (06), foi realizada mais uma breve sessão na Câmara Municipal de Petrolina. Sem projetos em pauta, a reunião encerrou antes das 11h da manhã para abrir espaço, na sequência, para a sessão solene que concedeu a Medalha de Honra ao Mérito Dom Malan para o major, médico intensivista da Força Aérea Brasileira, Giuseppe Muccini de Carvalho Cavalcanti e o título de Cidadão Petrolinense ao médico, Lindon Johnson Batista de Oliveira, ambos de autoria da vereadora Samara das Visão.

Porém, mesmo com 1h20 de duração, a sessão ordinária não deixou registrar as críticas e defesas das bancadas de oposição quanto aos atendimentos na área da saúde em Petrolina. 

Primeira a levantar o assunto, Lucinha Mota criticou a situação da AMME de Nova Descoberta. A parlamentar afirmou ter ficado horrorizada com a precariedade da infraestrutura do local. “As pessoas precisam chegar, muitas vezes, às 4h, 5h da manhã porque em algumas unidades só são distribuídas entre 10 a 20 fichas. Esse atendimento precisa ser transparente, mas as pessoas precisam ter a possibilidade de acessar um portal, uma página  da Secretaria de Saúde, da Prefeitura, para saber quais são os serviços, a quantidade de fichas. Existem atendimentos que são simples, como eu presenciei uma criança com menos de dois anos, que estava febril, tossindo muito, o peito cheio de catarro, saindo da unidade sem atendimento. E aí o que acontece? O problema se agrava e estamos enfrentando um problema grave na saúde pública, com o Hospital Dom Malan superlotado, sem leitos”, lamentou. 

Gilmar Santos solicitou a construção de duas unidades de saúde nos residenciais Vivendas e Monsenhor Bernardino. De acordo com o vereador, os moradores dessas localidades estão passando por uma “verdadeira humilhação”, ao tentar acessar o atendimento médico. “As pessoas precisam madrugar para conseguir fichas para uma consulta na unidade móvel e outras pessoas precisam se deslocar para a Vila Marcela, que, por sinal, é uma unidade sobrecarregada. Nós temos no Vivendas aproximadamente mais de 10 mil pessoas, no Bernardino é da mesma forma e a unidade de saúde da Vila Marcela não suporta essa alta demanda”.

O vereador de situação, Zenildo Nunes, destacou a alta demanda de Petrolina na saúde pública numa estrutura subfinanciada através do Sistema Único de Saúde. “Como é que o município vai poder dar sustentação? E olhe que nós temos muitos profissionais que fazem o gesto e atendem pelo SUS. É muita gente para poucos recursos. Eu gostaria muito de conhecer uma pessoa que possa resolver a situação do SUS. Eu ouvi o superintendente do Hospital Universitário, que é um dos melhores que nós temos no Norte e Nordeste, só tem médicos renomados, vindos de várias regiões do país. Mas todos os dias chegam mais pacientes”, justificou.

A resposta de Zenildo, somada às críticas feitas na sessão passada sobre a ausência do Governo do Estado no atendimento à população, causou a indignação na vereadora Lucinha Mota, que defendeu a gestão estadual. “Eu falo com propriedade e desafio qualquer outro vereador a contestar as minhas palavras porque eu fiscalizo a saúde pública de Petrolina, visito as unidades e não vejo um pediatra, um obstetra atendendo as pessoas aqui. Sabe quem, de fato, está resolvendo o problema da saúde na cidade? É o Governo do Estado. Temos a Central de Regulação Ambulatorial, Cril que é a central da rede PEBA, o Hospital Dom Malan (HDM), o Hospital Dom Tomás, o Instituto Memorial do Vale, UPA e UPAE, Clínica do Rim, Centro de Medicina Nuclear de Petrolina e o Hemope. E você sabe quem utiliza esses serviços? As pessoas de Petrolina. Só no HDM, 92% dos atendimentos são realizados para as pessoas de Petrolina, mas deveria atender a Rede PEBA. No HU, 74% dos pacientes são de Petrolina, que é mantido com recursos federais, e temos também a UPA e a UPAE, com 98% dos usuários residentes em Petrolina, então quem está resolvendo o problema de saúde da cidade é o Governo do Estado “, constatou Lucinha.