Na manhã desta segunda-feira (12), um grupo de pais de estudantes da Escola Estadual Areia Branca, localizada no bairro Areia Branca, em Petrolina, se reuniu em frente à unidade de ensino para protestar contra a precária infraestrutura do local. Com cartazes e gritos de protesto, os pais exigem melhorias imediatas nas condições oferecidas pela escola, que segundo eles, são inadequadas para o atendimento dos alunos.
De acordo com os manifestantes, a atual infraestrutura da Escola Areia Branca apresenta uma série de problemas graves. Entre as principais queixas estão a falta de acessibilidade, salas pequenas e superlotadas, ausência de climatização, e a frequente falta de água. A situação é agravada pela inexistência de uma quadra poliesportiva, o que impossibilita a realização de aulas de educação física. Devido a esses problemas, os estudantes frequentemente são liberados mais cedo.
A situação foi abordada em uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) divulgada no mês passado. O MPPE havia estipulado um prazo de cinco dias para que a Secretaria de Educação do Estado respondesse sobre as providências para resolver os problemas apontados. No entanto, a nova solução proposta – a transferência da escola para um galpão no bairro Dom Avelar – gerou ainda mais insatisfação entre os pais.
A alegação dos pais é que o galpão no Dom Avelar, que está sendo considerado como uma solução temporária, também não oferece as condições adequadas para receber os alunos. Eles destacam que o novo local carece de infraestrutura básica e afirmam que a proposta apenas substitui um problema por outro.
Em entrevista, Taillone Campos, mãe de um estudante da escola, expressou sua frustração: “Já vai para três anos que estamos nessa situação. A primeira reunião prometeu uma solução temporária que nunca se concretizou. São mais de mil alunos. Agora, querem transferir nossos filhos para um galpão distante lá no Dom Avelar, sem as mínimas condições necessárias. Nossos filhos não são descartáveis. Queremos uma escola com infraestrutura adequada, não uma solução improvisada. Eles prometeram uma escola com quadra.”
Francielma Ruane, também mãe de um aluno, acrescentou: “Minha filha tem necessidades especiais e a escola atual não possui a estrutura adequada para ela. Os banheiros estão em péssimas condições e muitas vezes os pais não podem participar de reuniões devido à falta de espaço. Já procuramos todos os meios possíveis para resolver essa situação, mas nada mudou. Ano que vem a escola faz 4 anos de promessas, se fosse os filhos dessas pessoas que querem colocar os filhos deles lá aceitariam. Não queremos galpão, queremos escola”
A aluna Ane Cecília também relatou perigos no ambiente escolar, como escadas inadequadas e falta de manutenção. “A escola não tem estrutura, não tem corrimão para segurar, eu mesmo já me machuquei diversas vezes. O lanche não é adequado e é muita falta de professor. Banheiro não tem trinco, descarga não funciona”.
O grupo de pais afirma que, se não houver uma resposta satisfatória por parte da Secretaria de Educação, pretende intensificar as manifestações e até realizar protestos em vias públicas.
A Secretaria de Educação do Estado se pronunciou oficialmente sobre o assunto através de nota, em resposta à manifestação dos pais.
Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria de Educação e Esportes (SEE) de Pernambuco informa que a realocação temporária é uma forma de garantir o calendário letivo até que sejam concluídas as obras de melhorias da Escola de Areia Branca.
Considerando que o prédio atual não atende as necessidades dos estudantes, esta gestão providenciou a locação de outro espaço, que está em fase de adequações.
As obras de requalificação do novo prédio estão em andamento e devem ser concluídas até o final do mês de outubro”.