Intrigado com os motivos apontados pela ex-presidente do STTAR, Lucilene Lima (Leninha), para não se filiar ao Podemos, o presidente do diretório municipal da sigla e ex-vereador de Petrolina, Sargento Quirino, participou do Nossa Voz hoje (04) para dirimir possíveis dúvidas sobre o apoio do partido à luta por direitos trabalhistas. Ao conceder entrevista ao programa na manhã de ontem, Leninha, confirmou sua pré-candidatura à vereadora da cidade e disse não ter seguido a orientação do deputado estadual, Lucas Ramos, a quem esteve aliada, de ingressar no Podemos porque seu grupo não considera que a legenda representa a classe trabalhadora.
“O Podemos foi nominado no ano de 2017, mas ele tem origem no Partido Trabalhista Nacional, fundado em 1945 em plena 2ª Grande Guerra Mundial. E essa denominação trabalhista vem exatamente desse afago que tinham os dirigentes do partido à época que agasalhavam a massa trabalhadora”, relembrou. O ex-vereador de Petrolina também detalhou especificidades do estatuto da legenda que comprovariam tal ligação.
Mas, de acordo com Quirino, além da ideologia partidária, cada filiado também precisa construir seu histórico de representatividade. “O partido é CNPJ, via de regra é insípido, inodoro e incolor. Ele não fala. Mas, as pessoas que conduzem os partidos é quem compõem as ações mais à esquerda, ou mais à direita, ou no centro ou que se aproxima da massa trabalhadora, que foi a minha história de luta, foi a história de Ranilson e passa a ser a história de Lucas Ramos também”, comparou.
O presidente do diretório municipal do Podemos ainda questionou o conhecimento de Leninha acerca de doutrinas políticas. “Eu não sei se foi do ponto de vista ideológico [a escolha pelo PT feita pela ex-sindicalista]. Se foi, eu também não acredito que Leninha já tenha tido alguma instrução sobre ideologia ou doutrina política porque ela estava em busca de um partido. Ela é muito boa ainda na política sindical, mas se foi do ponto de vista ideológico a gente tem que descartar ao se apresentar essas razões”.
Por fim, o ex-vereador afirmou que a futura concorrente é “novata” na política e apontou uma possível capacidade adaptativa de Leninha aos grupos políticos da cidade. “Do ponto de vista da estrutura, Leninha vem do grupo de Miguel Coelho, então é uma estrutura realmente muito avantajada, muito grande, tem poder envolvido e a gente não tem a menor condição de disputar ofertando a mesma estrutura. De qualquer sorte, todas as discussões e acordos que foram feitos, foram totalmente quitados pelo deputado [Lucas Ramos]. Ninguém deve nada a Leninha e nem Leninha deve nada ao Podemos ou ao PSB”.