Durante passagem por Petrolina, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, voltou a destacar os investimentos realizados na saúde pública estadual e defendeu maior engajamento por parte dos municípios. Em entrevista, a gestora classificou o período anterior à sua gestão como um “apagão” na saúde e apontou avanços como a construção de maternidades, mutirões de cirurgias e a descentralização dos serviços especializados.
“Diante do apagão que a gente viveu no governo passado, tivemos sim enormes desafios, mas a gente tem a maior soma de investimento da história do nosso estado”, afirmou Raquel. Entre as ações citadas, estão a licitação de quatro novas maternidades – em Ouricuri, Serra Talhada, Garanhuns e Igarassu – e a entrega do Hospital da Mulher do Agreste Pernambucano, que teve sua obra retomada após mais de uma década de paralisação.
A governadora também enfatizou o papel do programa Cuida PE, responsável pela realização de cirurgias eletivas e exames em parceria com municípios de pequeno e médio porte. “A gente paga para que esses municípios atendam não só seus habitantes, mas também a população da região. É a regionalização da saúde funcionando de verdade”, explicou.
Em relação à região do Vale do São Francisco, Raquel mencionou a contratação de 50 profissionais para a UPA 24h de Petrolina, com investimento mensal superior a R$ 1 milhão. Segundo ela, a ampliação do quadro é dedicada exclusivamente ao atendimento clínico de crianças de 0 a 14 anos com sintomas respiratórios. A nova estrutura contará com 10 leitos de observação para pacientes com quadros leves (classificados como verde) e 10 leitos destinados a crianças com sintomas moderados a intensos (classificados como amarelo). A unidade ainda contará com 1 leito equipado com suporte completo para monitoramento e estabilização de casos graves (classificados como vermelho).
“Esse investimento é fundamental para garantir um atendimento digno à população que procura a UPA 24 horas, desafogar outras unidades e manter o serviço funcionando em pleno vapor”, afirmou.
Também fez referência à situação da Rede PEBA, que integra Pernambuco e Bahia, e afirmou que Juazeiro precisa ampliar sua estrutura de atendimento: “Em seis meses, foram 400 atendimentos cardiológicos de pacientes de Juazeiro no Hospital Mestre Vitalino de Caruaru. Isso mostra que a rede daqui precisa ser expandida”.
A chefe do Executivo estadual ainda cobrou mais protagonismo das prefeituras na estruturação de unidades como maternidades e UPAs. Ao citar o Hospital Dom Malan, referência em partos de risco habitual no Sertão, Raquel comparou Petrolina com sua cidade natal, Caruaru.
“Lá, temos uma maternidade própria com quase 70 leitos, que faz 350 partos por mês. Se cidades como Petrolina e Jaboatão tivessem uma estrutura semelhante, desafogaríamos o Dom Malan”, pontuou. A governadora também relatou ter discutido o tema diretamente com o prefeito Simão Durando, em encontro recente no Palácio do Campo das Princesas.
“Disse a ele que o Estado pode ajudar, mas o Município também precisa fazer a sua parte. Isso é essencial para ampliar o atendimento 24 horas e estruturar melhor a rede hospitalar local”, concluiu.