O real registrou o pior desempenho entre 30 moedas analisadas em 2020, segundo um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O ranking, que considera das variações até novembro, mostrou que a moeda brasileira ficou atrás até da lira turca, o rublo russo e do peso mexicano.
Este ano, em relação com o real, a alta do dólar foi de cerca de 35%. Conforme a FGV, alguns dos fatores que podem explicar essa situação são a baixa taxa de juros, instabilidade política e aumento da dívida pública.
Especialistas acreditam que investidores estrangeiros estão preocupados com um possível rombo fiscal que ultrapasse R$ 800 bilhões apenas este ano. Além disso, existe a falta de perspectiva para reformas administrativas e fiscais.
A coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Claudia Yoshinaga, comentou o caso e disse que, “apesar de a desvalorização do real ter diminuído a partir de novembro, o real continua muito fraco e ocupa uma liderança negativa bastante triste”.
De acordo com dados do Banco Central, apenas no primeiro semestre deste ano, US$ 31,252 bilhões de aplicações financeiras foram retiradas do Brasil, incluindo fundos de investimentos e títulos da renda fixa. Em 26 anos, esta foi a maior saída de recursos de aplicações do país.