Na semana passada, o reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Télio Nobre, foi recebido pelo prefeito de Petrolina, Simão Durando, para discutir temas de grande relevância para a instituição e para a cidade. Entre os principais assuntos abordados na reunião, destacam-se a regularização fundiária dos prédios da Univasf e o transporte público para o Campus de Ciências Agrárias (C1).
Em entrevista ao programa Nossa Voz, o reitor falou sobre o encontro e os temas discutidos com a prefeitura.
Sobre a regularização fundiária, o reitor destacou a importância de isentar a universidade de determinadas taxas cobradas durante esse processo. “Na semana passada estivemos com o prefeito Simão, nossa primeira visita nesse ano 2025, nesse mandato também que a prefeitura municipal está iniciando, para trazer dois temas que a gente considera extremamente estratégicos para a nossa universidade. O primeiro, eu já havia conversado o ano passado com o próprio prefeito Simão, é a proposta de que o município elabore um projeto de lei a enviar à Câmara dos Vereadores para isentar a nossa universidade ou órgãos com essa característica de determinadas taxas que são cobradas durante esse processo de regularização de todas as nossas edificações, o que é uma cobrança já de alguns anos dos nossos órgãos de controle.”
Nobre apresentou exemplos de outras cidades que já concedem essa isenção, como Juazeiro (BA) e São Raimundo Nonato (PI). “Então estiveram presentes a secretária de Receitas Municipais, a Patrícia, e a Secretária de Planejamento e Finanças da cidade, a Lucivane, que se comprometeram a estudar o tema, inclusive discutir com a Procuradoria do Município.”
O reitor afirmou que a medida não traria prejuízo significativo à arrecadação da prefeitura e reforçou que o prefeito demonstrou sensibilidade ao tema. “Realmente são taxas que não são extremamente elevadas, mas do ponto de vista da nossa discussão da burocracia, até pelo exemplo de outras cidades, a gente considera importante que o município atenda esse pleito e o prefeito Simão foi bastante sensível.”
Outro ponto abordado foi a necessidade de garantir transporte público para a região do Campus de Ciências Agrárias (C1), atualmente atendido por vans e pelo serviço de transporte fornecido pela própria universidade. “Especialmente ali, porque nós temos um transporte que a universidade fornece, mas sempre a gente compreendeu esse transporte como um processo transitório até que o município tivesse condições de viabilizar linhas de ônibus para aquela região.”
Nobre alertou sobre a precarização da frota universitária e a dificuldade orçamentária para manter o serviço. “A gente sabe hoje, segundo o prefeito Simão, que aquela localidade é atendida por vans, por transporte alternativo, mas a gente sabe que, a médio e longo prazo, a nossa situação de manutenção do nosso transporte vai se precarizando e vai tornando cada vez mais difícil a manutenção do nosso serviço.”
O reitor destacou a importância do esforço conjunto entre a universidade e a prefeitura para garantir uma transição adequada. “Então, a gente já adiantou ao prefeito para que a gente possa, ao longo desses próximos quatro anos, junto com a prefeitura, dialogar sobre alternativas para que possamos fazer esse processo de transição, em que o município pudesse participar mais, ajudar mais com esse transporte naquela localidade.”
Segundo o reitor, a universidade segue buscando soluções para que os estudantes tenham condições adequadas de deslocamento. “Se a universidade não chegar com o nosso ônibus, os estudantes terão muita dificuldade de chegar ao nosso Campus de Ciências Agrárias. E sem estudante, a gente não faz sentido”
Uma reunião futura está prevista para dar continuidade ao debate, envolvendo a empresa de transporte Ammpla e o pró-reitor de Assistência Estudantil da Univasf. “Dessa nossa reunião com o prefeito, o nosso pró-reitor de Assistência Estudantil, que é o responsável por esse transporte estudantil aqui na nossa universidade, vai se reunir com o diretor da Ammpla, o Edilsão. Eles vão discutir, na verdade, a inclusão daquela rota num planejamento da própria Ampla para que a gente possa ter, num ano, o mais rápido possível, pelo menos uma linha que funcione de maneira híbrida, com a universidade entrando com transporte em alguns horários e uma linha municipal em outros.”
A expectativa é que, a médio prazo, a situação do transporte público seja resolvida, beneficiando toda a comunidade acadêmica. “A gente tem que entender também que a cidade vai se desenvolvendo, vai crescendo, o papel estratégico que a universidade tem, e a gente espera que, no médio prazo, essa situação esteja equacionada.”