Reitor diz Univasf não vai aderir ao ‘Future-se’ pra não perder autonomia

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(foto: Milena Pacheco/Nossa Voz)

No Nossa Voz desta terça-feira (03) o reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Julianelli Tolentino participou do programa e explicou porque a Univasf optou por não aderir ao programa Future-se. O Future-se é um projeto do Ministério da Educação tem o objetivo dar mais autonomia financeira para as Universidades e Institutos Federais, fomentando o empreendedorismo e a inovação e captando recursos privados.

Segundo a proposta do governo, isso se daria através de contratos de gestão da União e dos IFES com Organizações Sociais (OS) que possuam atividades “ligadas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à cultura e que estejam relacionadas às finalidades do Programa”.

O programa é de adesão voluntária, ou seja, só as Universidades e Institutos Federais que demonstrarem interesse em participar do Future-se estarão inclusas. Por isso, a Univasf decidiu não aderir ao programa. “A Universidade federal do Vale do São Francisco, através do nosso Conselho Universitário, já decidiu rejeitar a minuta do projeto de lei que o MEC [Ministério da Educação e Cultura], provavelmente, encaminhará ao Congresso Nacional. Então, o conselho da Univasf já discutiu e deliberou pela rejeição dessa proposta”, afirmou o reitor.

De acordo com Julianelli a principal preocupação é um possível perda de autonomia universitária. “Ao aderir ao programa, a universidade, obrigatoriamente, adere a gestão através de uma organização social”. O problema segundo reitor é que essa organização poderá por exemplo, a contratar professores “inclusive sem a necessidade de um concurso público. É uma situação que coloca em risco a autonomia universitária a a fragilidade das nossas instituições”. Ainda segundo o representante da Univasf, a metodologia apresenta também “um estímulo da competitividade entre áreas”.

Questionado sobre a possbilidade de sanções serem impostas a Univasf pelo MEC pela não adesão ao programa, Tolentino explicou: “Nós temos dialogado com o MEC nesse sentido. Inclusive na própria posposta é uma adesão que você faz. E não aderindo você permanece, em tese, com a mesma motodologia. O detalhe é que agora nós estamos vivendo com um volume considerável de recursos bloqueado que, no caso da Univasf corresponde a R$ 11,200 milhões.

Sobre a falta de recursos, Julianelli Tolentino disse que os cortes deixaram a Univasf com apenas 70% dos recursos para 2019. “E hoje estamos chegando no limite desses 70% e estamos zerando a nossa conta. (…) Nós estamos adotando uma postura de economizar ainda mais pra conseguirmos honrar com os pagamentos aos nossos fornecedores, que são as empresas que prestam serviços terceirizados”.

E uma das medidas adotadas pela instituição para economizar energia, por exemplo, é uso de aparelhos de ar condicionado por apenas quatro horas por dia, exceto os ambientes que não podem ficar sem refrigeração. “Infelizmente, temos que adotar isso porque senão, nos próximos meses, não vamos poder pagar nem as faturas de energia”, lamentou Tolentino.