O reitor pro-tempore da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf ) e presidente do Conselho Universitário da Univasf (Conuni), Paulo César Fagundes, participou, com exclusividade do programa Nossa Voz desta quinta-feira (11) para falar sobre o tão esperado bônus regional para ingresso na Universidade. Nos últimos dias, o programa tem recebido diversos questionamentos de pais e alunos, preocupados com a lentidão do Conuni em aprovar este instrumento que fará grande diferença aos estudantes da região, que sonham com uma vaga na universidade pública e se deparam com a disparidade em relação a outras universidades.
Paulo César Fagundes se declarou completamente a favor do bônus regional e tranquilizou as pessoas que estão com receio de não haver tempo hábil entre a aprovação do bônus e colocá-lo em prática já para o próximo SISU. “Desde quando assumi a reitoria, nós tentamos colocar esta pauta para ser discutida dentro do conselho. Em abril deste ano, conseguimos formar a comissão com 35 integrantes, com participação de docentes, discentes, comunidade externa e técnicos. Fizeram um relatório bem minucioso e nós convocamos uma reunião extraordinária na terça -feira (16) , às 14h. Sou 100% a favor do bônus regional e sendo aprovado na terça-feira, haverá tempo para já incluir para o próximo Sisu”, garante.
Para que o bônus regional de 5% seja aprovado, é necessário que 50% +1 votem a favor. No total são 72 conselheiros. Paulo César argumentou que não há sentido não aprovar o instrumento. “Todas as universidades federais já possuem, porque só a Univasf vai ficar de fora? Cito inclusive o eterno deputado Osvaldo Coelho, que na época da criação da universidade, afirmou que a instituição veio para favorecer o povo sertanejo, então, não faz sentido que estas pessoas sejam prejudicadas”, afirmou.
Pai de aluno, Agenor Garcia, também participou do programa e questionou porque o bônus não pode ser superior a 5% para o curso de medicina, a exemplo do Maranhão, que utiliza o parâmetro de 20%. O reitor pro-tempore explicou que o valor depende de dados estatísticos da própria universidade, mas que este não é definitivo e pode ser modificado com o tempo. “A universidade tem autonomia e o Conuni pode alterar esse número, depende dos dados estatísticos da instituição. Esse bônus de 5% já foi elaborado, mas isso não quer dizer que será definitivo em todos os anos”, esclareceu.
Diante também de diversas reclamações sobre falta de profissionais médicos na região e como o bônus consertaria essa disparidade, Paulo César explicou que o que falta realmente são hospitais e serviços de residência médica. “Temos alunos de medicina em Paulo Afonso (BA) que precisam vir para Petrolina fazer internato. Tem os alunos daqui de Petrolina, de Juazeiro numa faculdade particular, a Facape que teve o curso de medicina aprovado. Então, a escassez não é só de profissionais, mas de estrutura para que eles se especializem, uma vez que a residência médica, o internato auxiliam na formação e realmente é o que o qualifica para atender a população. Então, o que falta são hospitais na região, inclusive porquê todas as cidades circunvizinhas vem buscar atendimento aqui”, disse.
Por fim, o reitor convidou a todos da comunidade a assistir a reunião do Conuni de forma virtual. “Será na próxima terça-feira (16), às 14h e pode ser vista por todos no canal da Tv Caatinga da Univasf. Toda a comunidade está convidada a assistir”, finaliza.