A Biofabrica Moscamed Brasil, localizada em Juazeiro (BA), recebeu ontem (26), uma comitiva formada por representantes do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O grupo veio conhecer as instalações da Moscamed e entender o processo de produção do Aedes aegypti através da Técnica do Inseto Estéril (TIE).
A comitiva foi composta pela Coordenadora-Geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde -Livia Carla Vinhal, a Consultora Técnica na Coordenação-Geral de Vigilância de Arbovirose do Ministério da Saúde – Angela Lins, a Técnica do Controle Vetorial do Ministério da Saúde – Maysa Mabel e representando a Fiocruz, Diego Chalegre.
A TIE é uma tecnologia de controle biológico que consiste na liberação em grande quantidade de machos estéreis de Aedes em uma determinada área. No processo de criação desses mosquitos, os machos são esterilizados com radiação, ou seja, perdem a capacidade de reprodução e quando são liberados para cruzarem com as fêmeas selvagens (encontradas na natureza), por serem inférteis, não acontece a reprodução. Dessa maneira, é feita redução gradativa da população de mosquitos.
A técnica foi implementada em novembro de 2024, nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle da dengue e arboviroses do Ministério da Saúde. E em parceria com essa entidade de saúde junto a Fiocruz a Moscamed irá produzir mosquitos estéreis para liberação massiva em três territórios indígenas, na aldeia Cimbres (Pesqueira, em Pernambuco); Trevo do Parque (Itamarajú, Bahia) e Km 10 (Tenente Portela, Rio Grande do Sul.
Implementar a técnica do TIE, por meio dos machos estéreis nas áreas indígenas tem como objetivo combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya nesses territórios, consequentemente, diminuir a população desse inseto e o número de pessoas atingidas por essas doenças.
O diretor-presidente da Moscamed, Jair Virginio, destacou a importância dessa visita. “Nós firmamos a parceria com o Ministério da Saúde e Fiocruz para produzirmos mosquitos estéreis e foi muito importante receber esse grupo e poder mostrar todo o processo de produção Conseguimos apresentar a capacidade técnica e o potencial da nossa Biofabrica. Estamos preparados para esse novo desafio em prol da saúde pública dos povos indígenas”, ressaltou.
Para a Coordenadora-Geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Livia Carla Vinhal. Visitar a Moscamed e conhecer a produção de machos estéreis superou suas expectativas. “Aqui pude observar uma estrutura física de espaço muito grande com muito potencial tecnológico e de produção de conhecimento importante para o nosso país que tem uma carga elevada de arboviroses”, pontuou.
