Indignado com a denúncia feita pela economista aposentada, Maria Eduarda Marques de Carvalho, o vereador Ronaldo Silva fez um discurso contundente na sessão desta quinta-feira (09), realizada na Câmara Municipal de Petrolina. Em entrevista à Rede Globo, ela relatou ter sido vítima por uma década de agressões físicas e psicológicas feitas pelo ex-secretário de justiça e direitos humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, com quem foi casada por 25 anos. Para Ronaldo Silva, é inadmissível que o caso não conte com posicionamento do governo do estado e nem com a manifestação de entidades que defendem o feminismo.
“Eu não vi em Pernambuco as pessoas que que defendem o feminismo, a vice-governadora, Luciana Santos, não ouvi pronunciamento da deputada federal Marília Arraes, não vi pronunciamento de ninguém da esquerda para fazer protesto e repudiar este ato covarde que esse indivíduo vem fazendo e fez com sua ex-esposa. Acordar dela de madrugada com pontapés, com murros, colocando para fora de casa com ameaça de morte. Isso é uma vergonha, isso é o governo Paulo Câmara. Era um secretário de direitos humanos, que defendia o povo. Ele era o mesmo violento que agredia sua esposa, veja que vergonha para Pernambuco”, desabafou.
Ciente da referência feita por Silva, o vereador Gilmar Santos afirmou também repudiar os atos cometidos por Pedro Eurico. Entretanto, apontou que o líder do governo Miguel Coelho na Câmara Municipal estaria aproveitando o fato para fazer um ataque político à gestão estadual.
“A gente quer manifestar veementemente o nosso repúdio a essa ação criminosa do ex-secretário de direitos humanos, queremos manifestar o nosso repudio veemente ao próprio governo do estado porque essa mulher que estava sendo agredida já tinha protocolado 10 boletins de ocorrência, o governo do estado foi negligente. Agora, eu não estou aqui fazendo denúncia contra essa situação para fazer política ou politicagem. O vereador que denuncia o senhor Pedro Eurico talvez não lembre, é um vereador que segue o senhor Bolsonaro, que certa vez disse que não estupraria uma deputada federal porque ela era feia”, relembrou.
Pedro Eurico assumiu em 2015, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Desde 2019, atuava como presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária. Na última terça-feira (07) ele deixou os dois cargos após a explosão das denúncias feitas pela ex-esposa.
