Ronaldo diz que oposição qualificará comissões e revela que situacionistas aprovam projetos sem ler: “Uns 90%”

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A formação das comissões permanentes para o biênio 2023/2024 na Câmara Municipal de Petrolina movimenta os bastidores e faz o xadrez da política ferver. A partir delas é possível avançar ou travar os trabalhos da casa, já que os projetos elaborados, tanto pelo Poder Executivo quanto pelo Legislativo, só vão para apreciação no plenário após o parecer das comissões competentes. 

Mas nem só do trânsito político vivem esses grupos de trabalho. Quando atuantes, seus membros podem atuar diretamente sobre as áreas que representam. “Quando as pessoas cobram a presença dos vereadores no bairro, todas as áreas da cidade tem uma comissão competente. Tem a Comissão de Saúde, a Comissão de Educação, Obras, Redação e Justiça e Finanças. Então, essa responsabilidade maior, na questão da qualidade dos serviços, a Comissão de Obras precisa acompanhar, é preciso tomar cursos para ter conhecimento do que está fazendo. Na Comissão de Saúde é necessário ter pessoas que realmente tenham conhecimento sobre isso”, afirmou o vereador Ronaldo Silva, em entrevista ao Nossa Voz de hoje (28). 

Em fevereiro, esses grupos terão novas formações. Rumores apontam que há uma movimentação na bancada governista da Casa para evitar que membros da oposição ocupem posições estratégicas. Isso, no entanto, não intimida Silva. “Hoje a oposição leva vantagem. Atualmente a bancada do governo só tem, se eu não me engano, o MDB e o União Brasil. Então, apenas esses dois líderes de partido estarão disputando. Pode ser que tenha outro, a partir da junção do Podemos com o PSC, que juntará os dois vereadores da oposição (Marquinhos do N04 e Elismar) com Ruy  Wanderley, o líder do governo, Diogo Hoffmann e o Josivaldo Barros. Serão três contra dois, agora, quem sabe com quem ficará esse Podemos? Já a oposição tem o PT, PR, nós estamos saindo do União Brasil nos próximos dias, Gaturiano também não vai ficar, eu creio que ele entre para o PL e tem o Avante de Júnior Gás e PSD de Samara. Portanto, são quatro ou cinco [partidos] da oposição”. 

Fazendo os cálculos necessários, Ronaldo tranquiliza os aliados. “A situação vai ter que fazer uma engenharia muito grande para que eles tenham a maioria das lideranças das comissões. Eu acho muito difícil. E não é só sobre presidir. O presidente é importante, entretanto, o mais importante são os relatores. Porque o presidente recebe o projeto e encaminha para o relator. Mas no tanto que vai impactar se é a presidência ou se é o relator, o importante é ter a maioria entre os três, porque ainda temos o secretário dessas comissões. Então, vamos trabalhar para isso”. 

Além da estratégia, o vereador reforça a necessidade de renovação do compromisso com os interesses da população. “Não só para ter a maioria como também é necessário ter a qualificação. Porque o que temos hoje na Câmara de Vereadores, de pessoas que fazem parte de comissões, que sabem chegar lá e assinar o parecer sem saber nem o que é. Isso é fato. Do que adianta colocar um cara que não tem nada a ver com obras como presidente ou relator de uma Comissão de Obras, se ele não entende nem o que é um tijolo e um saco de cimento? Não tem lógica um negócio desses e acontece muito”. 

Ainda argumentando sobre o assunto, Ronaldo revela que projetos do Executivo tiveram pareceres assinados sem a leitura profunda dos seus conteúdos.  “Muitos, uns 90%. Isso é realidade. Hoje eu não faço parte de nenhuma das comissões, mas sempre procurei orientar os colegas. Não é falta de orientação, acho que é falta de vontade de aprender, porque quem está ali tem que aprender, tem que saber o que está fazendo, tem que saber o que está assinando porque a responsabilidade vai cair sob essa pessoa depois”, ponderou.