Rusgas entre Miguel Coelho Danilo Cabral não se limitam aos debates e chegam à Polícia Federal

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Os candidatos ao governo de Pernambuco, Miguel Coelho (UB) e Danilo Cabral (PSB) protagonizaram um dos embates mais fortes durante o debate realizado na noite de ontem (27) na Rede Globo. As farpas começaram nas análises da trajetória política e acabou na listagem de operações da Polícia Federal. Danilo Cabral foi o primeiro se pronunciar sobre o assunto, quando citou as doações feitas pelo empresário ruralista Emival Ramos Caiado, que somou R$ 600 mil em doações para as campanhas de Miguel Coelho, e dos candidatos a reeleição do deputado federal Fernando Filho (UB) e do deputado estadual Antônio Coelho (UB).

“Você devia falar das mais de sete operações da Polícia Federal no PSB, até no Palácio [do Campo das Princesas] foram, pela primeira vez, manchando a história de Pernambuco. Você, inclusive, foi condenado pelo Tribunal de Contas, pela obra de navegabilidade, aproveita e explica isso também”, revidou Miguel Coelho.

Cabral, entretanto não deixou barato. Ao citar o pai do adversário, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), ele acusou Miguel Coelho de ter “dinheiro sujo” na campanha e que a gestão do candidato do União Brasil estaria na mira da PF. “Miguel, você falar de Polícia Federal, pelo amor de Deus. Quem teme Polícia Federal é tua família. O Waze da Polícia Federal não precisa nem estar ligado. Ele já vai bater direto na tua prefeitura, lá, que já teve uma operação na Secretaria de Educação, ou no apartamento da tua família lá na Avenida Boa Viagem”, disse.

Porém, acompanhando as movimentações jurídicas dos dois postulantes é possível perceber que as rusgas entre Danilo Cabral e Miguel Coelho já saiu dos confrontos em debates e foi parar na PF.

Isso começou quando a campanha de Miguel acionou a Justiça e Polícia Federal contra o PSB por tentativa de uso de cargos comissionados da prefeitura e governo no dia das eleições. Segundo os pedidos de investigação e fiscalização, há indícios do uso da máquina estatal comandada pelo PSB no Governo do Estado e na Prefeitura do Recife para influenciar as eleições de 2022. A suspeita foi levantada depois de vir a público um suposto documento enviado a secretários, gestores estaduais e municipais exigindo participação no dia das eleições de milhares de cargos comissionados. Um movimento que ficou intitulado como “Dia D Proposta Voluntários”.

Em resposta, a campanha de Danilo Cabral protocolou um documento junto ao Ministério Público Eleitoral para que Miguel Coelho seja investigado por se beneficiar financeiramente de possível abuso de poder político e tráfico de influência cometidos pelo pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho. Segundo a denúncia, teria havido uma articulação que resultou no favorecimento indevido da candidatura de Miguel Coelho e seus irmãos em montante de R$ 600 mil repassados pelo fazendeiro Emival Ramos Caiado. A ação foi registrada no Ministério Público Eleitoral nesta segunda-feira (26) e pede ampla investigação com a expectativa, inclusive, de ocasionar a cassação do registro da candidatura de Miguel, além do impedimento dele ser candidato pelos próximos oito anos.

Ainda não há decisões nem diligências acerca das denúncias feitas pelos dois candidatos.