Ciente da condição superavitária da Compesa, a candidata ao governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD), afirmou em entrevista ao Nossa Voz desta terça-feira (16), que não entende como há problemas no abastecimento de água no estado. Reconhecendo que cada cidade tem questões específicas, ela reforçou a necessidade de auditar os dados da estatal para corrigir os erros no gerenciamento dos recursos arrecadados.
“A Compesa é uma empresa superavitária e em cada região, em cada município tem uma situação específica. Não dá para você propor uma solução geral para todos os lugares, para todos os municípios da região em relação à Compesa. Nós precisamos primeiro abrir a caixa preta, o que está acontecendo com a Compesa, porque a gestão está sendo tão ruim e não está dando o resultado que deveria para as pessoas, por que é que a água não está chegando na torneira das pessoas?”, questionou, acrescentando que mesmo com a Transposição do São Francisco, as deficiências na prestação do serviço permanecem.
Sobre a proposta de concorrentes que propõem estabelecer parcerias público privadas na área de saneamento do estado, a candidata não descarta. “Não vejo problema em fazer parcerias com o privado, desde que esse privado cumpra. Porque aqui na região metropolitana tem uma PPP da Compesa para saneamento. Qual foi o resultado que foi entregue à população. Então é isso que tem que ser visto, a população não quer saber se vai ter privado, público ou se será só público ou só privado. A população quer resultado, quer água, quer saneamento básico. Então, esse resultado nós vamos entregar independentemente do que aconteceu”.
Entre os possíveis problemas existentes, Marília já identifica um deles. “O desperdício de água é muito grande. Em Petrolina e região há um problema grande de abastecimento, mas, o desperdício de água é um pouco menor do que a média do estado, por incrível que pareça. Mais da metade da água que é produzida, que é tratada pela Compesa, se perde no meio do caminho. Isso temos que cuidar bastante e cada região tem sua peculiaridade. Claro que existem grandes obras que precisam ser feitas”.
Além disso, ela vislumbra medidas definitivas para o abastecimento de regiões isoladas dos grandes mananciais de água do estado, a exemplo do Sertão do Araripe. “O Canal do Sertão, por exemplo, que era um grande sonho do ex-deputado Osvaldo Coelho, nós temos esse compromisso, junto ao presidente Lula, que nós temos essa perspectiva de que o presidente Lula vai ganhar as eleições, vai voltar a olhar para o Nordeste, nós temos esse compromisso de levar e cobrar que seja feito porque vai impactar no estado inteiro”.
Segundo Marília Arraes, essa é uma das ações dentro do seu plano de desenvolvimento econômico. “Não dá para fazer Pernambuco ser uma locomotiva tenha somente um motor na região metropolitana e que hoje, inclusive, esse motor está com defeito porque o estado não está dando conta de fazer o que deveria. Nós precisamos que o estado inteiro cresça e se desenvolva e para isso eu preciso ter água na torneira, para produzir. É preciso ter matrizes energéticas que possibilitem também a atração de grandes investimentos e isso é extremamente necessário para a gente falar em Pernambuco crescer, gerar emprego e voltar a ser essa referência que já foi no Brasil”.