Secretaria de Educação de Petrolina aborda retorno das aulas e proibição do uso de celulares

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Nesta segunda-feira (3), em entrevista ao programa “Nossa Voz”, a secretária de Educação, Cultura e Esporte de Petrolina, Rosane da Costa, discutiu o início do ano letivo na rede municipal e os impactos da nova resolução que proíbe o uso de celulares nas escolas.

O ano letivo tem início previsto para o dia 6 de fevereiro e, segundo a secretária, diversas ações já estão sendo implementadas para garantir um retorno organizado e eficiente. Entre elas, estão a revisão de mais de 200 frotas de transporte escolar, que atende cerca de 10 mil estudantes, a capacitação de assistentes educacionais para o atendimento de alunos com deficiência e a introdução do tema anual “Eu, Você, o Mundo”, voltado para reflexões sobre cuidado individual, social e ambiental.

“Os professores e profissionais da rede municipal já estão nas escolas participando de reuniões administrativas e de planejamento. Educação é fruto de muito planejamento, e a Secretaria tem um mês de janeiro bastante intenso. Além da revisão dos veículos de transporte escolar, também revisamos os prédios e empossamos novos gestores escolares, eleitos no final do ano passado, que passaram por um curso de 40 horas antes de assumirem suas funções”, explicou Rosane.

A secretária também destacou que, neste ano, a abertura do ano letivo será diferente. “Temos quase 9 mil profissionais na rede, e antes da pandemia fazíamos a abertura apenas para professores. Desde então, passamos a incluir todos os profissionais que fazem parte do funcionamento das escolas. Como não temos um espaço físico que acomode essa quantidade de pessoas, optamos por um evento amplo, seguido de oficinas para os professores, abordando temas como inclusão, educação antirracista, novas metodologias de ensino e alfabetização”, acrescentou.

Proibição do uso de celulares na rede municipal

Sobre a nova resolução que proíbe o uso de celulares na sala de aula, Rosane da Costa reforçou a importância da medida para a qualidade da educação e o desenvolvimento social dos alunos.

“O Ministério da Educação orientou as redes sobre a implementação da proibição do uso de celulares em sala de aula. Consideramos essa lei extremamente importante para garantir que os estudantes foquem no aprendizado. Hoje, se formos a uma escola de ensino fundamental ou médio, veremos que os alunos praticamente não interagem no recreio porque estão no celular. Esse momento era para ser de interação e socialização”, pontuou.

A secretária reforçou que a adesão à lei será feita de forma gradual e educativa. “Não basta proibir por proibir. Esse processo pode ser mais traumático do que benéfico. Vamos trabalhar isso com os estudantes, com os professores e com as famílias. O Ministério da Educação vai lançar uma cartilha de orientação para as redes, e a ideia é conscientizar os alunos sobre os benefícios dessa mudança. Muitos jovens não percebem o impacto do uso excessivo do celular na aprendizagem e na socialização. Nossa geração atual enfrenta um grande desafio em estabelecer conexões humanas fora do ambiente digital”, explicou.

Ela citou um exemplo pessoal para ilustrar a resistência dos estudantes à proibição: “Minha sobrinha, que estuda em Casa Nova, me disse: ‘Tia, agora estou estudando em tempo integral, mas não estou aguentando porque não pode usar o celular’. Para os adolescentes, essa regra pode parecer um problema, mas, na realidade, é um benefício para o aprendizado e a convivência.”

Rosane também destacou que, apesar da existência de leis estaduais e municipais que já restringiam o uso do celular, a nova regulamentação federal trará mais força à medida. “Antes, as famílias muitas vezes não levavam a sério as normas municipais, mas agora, com a determinação em âmbito federal, a regulamentação será aplicada a todas as escolas, públicas e privadas, garantindo um ambiente mais propício ao aprendizado”, disse.

Oferta de vagas e expansão do ensino integral

Outro ponto abordado pela secretária foi a questão das vagas na rede municipal. Muitos pais têm relatado dificuldades para conseguir transferências e encontrar vagas remanescentes em unidades próximas de suas residências.

“Hoje é o dia da abertura das vagas remanescentes. No ensino obrigatório, que começa aos 4 anos de idade, não temos demanda reprimida. Pode acontecer de algumas crianças não conseguirem vaga em escolas de tempo integral, mas sempre há opção no ensino parcial. Além disso, estamos expandindo a oferta de escolas em tempo integral, pois sabemos que essa é uma necessidade da população de Petrolina, especialmente devido às rotinas de trabalho das famílias”, esclareceu.

A secretária ainda revelou que há planos para construir mais 15 escolas de tempo integral nos próximos quatro anos, além de um projeto do prefeito Simão Durando: universalizar o acesso ao maternal, tornando Petrolina a cidade que vai garantir vagas para todas as crianças de 2 e 3 anos.

“A educação infantil para crianças de 0 a 3 anos ainda não é uma etapa obrigatória no Brasil, mas sabemos o quanto é importante para o desenvolvimento da aprendizagem e para a segurança das famílias. Estamos trabalhando para garantir esse direito a todas as crianças de Petrolina”, finalizou Rosane da Costa.