Secretária Geral do Simepe critica a falta de hospital municipal em Petrolina: “Qual o hospital próprio que está tendo para dar assistência a essa população?”

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O programa Nossa Voz recebeu hoje a Secretária Geral do Simepe, Claudia Beatriz Andrade e o Diretor Financeiro, Mário Jorge Lobo para conversar sobre as ações que serão implementadas pelo sindicato para esse novo ano. 

De acordo com a Claudia, um dos principais objetivos deste ano é a integração dos médicos com os profissionais de outros municípios “ A gente precisa fazer com que os nossos municípios sejam atrativos para o mercado médico e que os médicos formados permaneçam na nossa região. O programa Integra Simepe é uma atividade que dará apoio científico e busca valorizar o médico que mora na nossa região, fortalecendo a troca de conhecimento com quem está na atenção primária da saúde. Assim, dando respaldo científico para que aquele paciente seja tratado sem aquilo de transporte fora do domicílio”, afirmou.

A categoria visa para os projetos deste ano empenhar-se em deixar o profissional da saúde mais seguro em seu ambiente de trabalho. Segundo a Secretária a população também ganharia. “Digo com tranquilidade quando a gente luta em prol de uma determinada categoria, a gente está lutando diretamente para a nossa população porque a condição de trabalho está relacionada diretamente com a qualidade da assistência”.

Em relação às condições de trabalho, Mario Jorge Lobo destacou que ainda precisam ser melhoradas. “Não basta ter o profissional, é preciso ter uma condição adequada e com o dimensão adequada. Esse dimensionamento é um exercício perene. Apesar das expressividades dos hospitais primários, a gente sabe que eles resolvem aqueles casos que estão lá, outros casos têm que ser dirigidos pela condição de trabalho e tecnologia.  Quando falamos da descentralização a precariedade é muito grande. A gente, às vezes, não consegue ter exame simples. A gente não consegue ter a capacidade de transportar aqueles pacientes”, conclui. 

Além disso, contou sobre o que espera do novo governo em relação à saúde. “A nova Secretária Estadual de Saúde conhece bem o problema da saúde. Comemoramos a escolha porque ela veio de dentro dos hospital, ela poderá ajudar a gente enfrentar esses desafios, mas não só de responsabilidade dela, não pode isentar os municípios. Não se faz saúde só com ambulâncias e engenheiros. Não adianta fazer só obras sem colocar gente e ocupar com profissionais de saúde para atender a população”, pontuou o diretor geral. 

Ainda em pauta sobre a gerenciamento do executivo nas ações da sáude, a Cláudia Beatriz destacou que falta por parte município uma assistência de maior complexidade “Quando se fala da municipalização da saúde – dar autonomia aos municípios para que se fizesse dentro da atenção primária e secundário, desobrigando eles a atenção terciária do hospital, os que faz as grandes cirurgias. Porém, Petrolina com mais de 300 mil habitantes, qual o hospital próprio que está tendo para dar assistência a essa população?! Então, tudo está indo ao PEBA. É uma sobrecarga enorme para dois equipamentos, o Hospital de Trauma e o Dom Malan, que é impossível dar uma boa resposta a uma população tão grande”. 

O Ministério da Saúde tem o parâmetro que deve ser atendida 2.500 pessoas cadastradas por cada equipe de saúde. Porém, segundo o Simepe em Petrolina há unidades que atendem de 7 mil a 4 mil. Além disso, quando se trata da zona rural esse número é menor, por conta do difícil acesso. Contudo, essa realidade na nossa região está cada vez mais distante e sobrecarrega os hospitais estaduais e municipais. 

Outro fator agravante tem sido a Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Vale do Médio São Francisco (PEBA), criada em 2011, composta por 53 municípios distribuídos nos estados de Pernambuco e na Bahia. Porém, a rede PEBA tem sido um grande desafio a gestão pernambucana por ter poucas unidades de assistências terciária para atender uma demanda alta. “A gente tem aqui o Dom Malan com assistência pediatra, materna, assistência ao parto, ele não suporta mais o número da demanda a complexidade. Você ver tem várias necessidades. O Dom Malan muitos colegas pedem para sair porque não conseguem. O Hospital Universitário já chegou a fechar a porta porque não conseguiu. Quando você vê a Bahia os serviços estão tão sobrecarregados quanto o de Pernambuco?! Quais os avanços estão sendo feitos para diminuir essa sobrecarga?!”, finaliza a  Secretária Geral do Simepe .