Secretário de Defesa Social diz que aumento de mortes em operações policiais reflete cenário nacional; ‘Quando a polícia é recebida a tiros, ela vai revidar’

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O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, negou que o estado tenha uma alta taxa de mortes provocadas por policiais. Na avaliação dele o aumento no número de mortes em operações policiais é reflexo do cenário nacional.

“Estamos vendo que o crime organizado, as facções em todo o país, estão agindo cada vez mais de forma mais violenta e com mais armas nas mãos dos criminosos. Aumentou em 10 anos porque a violência como um todo aumentou também. […] Quando a polícia chega no local e é recebida a tiros, ela vai revidar”, justificou o secretário, que disse que Pernambuco está na 24ª colocação entre as unidades da Federação em número de mortes pela polícia.

O estado registrou uma alta de 200% no número de vítimas de ações policiais nos últimos 10 anos. Em 2023, até o mês de outubro, 94 pessoas foram mortas pelas forças de segurança em Pernambuco.

O número é maior do que o registrado durante todo o ano de 2022, quando 91 pessoas morreram em decorrência de atividades policiais em Pernambuco. Desse total, 89,6% eram negras. Os dados são do levantamento “Pele Alvo”, divulgado nesta quinta (16) pela Rede de Observatórios de Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).

As declarações foram feitas durante audiência pública para debater a política de segurança e a letalidade das ações policiais no estado, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na tarde desta quinta (16).

Carvalho argumentou que Pernambuco está na 24ª colocação entre as unidades da Federação em número de mortes pela polícia. Segundo ele, os casos de abuso policial em Pernambuco que não envolvem legítima defesa são exceções.

“Quem agiu errado, quem se excedeu, vai responder”, disse Alessandro Carvalho, em referência aos agentes de segurança que mataram pessoas no exercício da profissão.

Questionado pelo g1, Alessandro de Carvalho disse o plano de ação do ‘Juntos pela Segurança’ – anunciado em 31 de julho pela governadora Raquel Lyra (PSDB), num evento no Centro de Convenções de Pernambuco, será apresentado em “um momento oportuno”.

A proposta, divulgada em julho, deveria ter sido apresentada até o dia 28 de setembro, mas segue sem data.

O Secretário de Defesa Social também não deu uma previsão sobre quando a Polícia Militar passará a utilizar as câmeras corporais que foram adquiridas em janeiro.

Segundo ele, o governo federal estuda adquirir “bodycams” e o executivo estadual tem esperado a movimentação para não desperdiçar recursos.

Fonte: G1 Pernambuco