Secretário de Serviços Públicos e Defesa Civil, Alisson Oliveira, fala sobre ações emergenciais e o impacto da estiagem no Sertão pernambucano

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O Sertão pernambucano enfrenta uma das estiagens mais severas dos últimos anos. Em Petrolina, já são quase seis meses sem chuvas significativas. A situação levou o governo federal a reconhecer estado de emergência no município. Para entender os impactos da seca e as medidas adotadas, a reportagem conversou com o secretário de Serviços Públicos e Defesa Civil de Petrolina, Alisson Oliveira.

Segundo o secretário, o município tem buscado alternativas para amenizar os efeitos da estiagem, com foco no abastecimento das comunidades mais afetadas.

“Nós tivemos algumas reuniões com a PAC, que é a nossa Agência Pernambucana de Águas e Climas, e tratado bastante isso. Agora, uma forma muito importante que nós temos feito é a nossa operação carro-pipa. A operação e o nosso programa Água Boa, tocado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, têm sido fundamentais. O prefeito tem tido sensibilidade para que a gente possa não só aumentar a quantidade de carros-pipa que abastecem a cidade, mas também fazer um trabalho junto ao interior, orientando as famílias a captar água quando a chuva chega”, explicou.

Hoje, segundo Alisson, Petrolina conta com 28 carros-pipa fornecidos pelo município e 21 pelo Exército Brasileiro, em uma operação conjunta.

“A gente teve que fazer um recadastramento por determinação do Exército, e assim fizemos. Mas o que a gente tem sentido realmente é a falta do governo do Estado nesse sentido. Não tem nenhuma providência, nenhum carro-pipa estadual colaborando com essa operação. Absolutamente nenhum nesses três anos de gestão. Eu sei que o ideal seria ter água de forma permanente, mas não temos nem na cidade. Petrolina é o maior município em área territorial de Pernambuco, e não justifica a ausência de apoio, principalmente ao homem e à mulher do campo, que sofrem tanto com essa seca”, criticou.

Recentemente, uma chuva foi registrada na região, mas de acordo com o secretário, o volume foi insuficiente para reverter o cenário crítico.

“Foi uma chuva importante, mas não foi suficiente, até pelo quantitativo e por ter durado apenas um dia. O solo estava muito seco, então a água acabou sendo rapidamente absorvida. Onde conseguimos fazer a limpeza dos barreiros, isso ajudou um pouco, porque esse programa de limpeza é fundamental para aproveitar as chuvas. A gente tem aguardado e pedido a Deus que venha mais chuva. Vivemos em uma região de clima duro, com pouca ajuda, a não ser do governo federal e da prefeitura”, disse.

O secretário também destacou a necessidade de investimentos estruturais para garantir o abastecimento de longo prazo nas áreas rurais.

“Seria um sonho ter um sistema ideal que abastecesse todo o interior. Não vejo dificuldade, já que moramos praticamente às margens do rio. Mas infelizmente não temos retorno da Compesa sobre isso. Inclusive agora, com a concessão, não sabemos como vai ficar essa relação de abastecimento e expansão. As chuvas ainda foram insuficientes, mas a previsão é de que volte a chover. É necessário, sim, reforçar a distribuição de caixas d’água e cisternas, e nesse ponto o deputado federal Fernando Filho tem ajudado bastante, mas o apoio tem vindo apenas do governo federal”, pontuou.

Em relação à perfuração de poços artesianos na zona rural, Alisson explicou que o trabalho é feito de forma técnica e conjunta com outras secretarias.

“O processo continua acontecendo na cidade. O estudo é feito ponto a ponto, não é perfurado de qualquer forma. É preciso avaliar cada área para garantir que a água seja adequada para o consumo humano”, finalizou.