“Seis anos de redução no orçamento de políticas públicas”, desabafa professores do IFSertãoPE sobre motivação da greve

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Quase 300 campi de institutos federais por todo o país estão com suas atividades letivas suspensas devido a uma greve que reivindica melhorias para professores e funcionários. Entre as principais demandas, estão a reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, além da revogação de normas implantadas durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Herlon Bezerra e Dionisio, membros da comissão de greve do IFSertãoPE, concederam uma entrevista ao “Nossa Voz”, destacando os pontos centrais do movimento. “É uma mobilização que transcende as fronteiras do instituto federal de Pernambuco, abrangendo todas as unidades, à exceção de João de Deus, que aderirá à greve na próxima segunda-feira”, explicou Herlon.

Ele enfatizou a importância da luta por melhorias que incluem desde a recomposição salarial até a garantia de condições adequadas de estudo e permanência dos alunos no ensino superior. “A luta é da população, estamos buscando melhorias de formação e condição de estudo. Com as cotas garantimos a entrada de pessoas que estavam fora do ensino superior, contudo, o problema é eles permanecerem, já que precisam se deslocar. Por isso, precisa de assistência estudantil”.

Dionisio Felipe, por sua vez, lamentou o estagnamento orçamentário que tem prejudicado não só o poder de compra dos servidores, mas também a infraestrutura necessária para o bem-estar e desenvolvimento dos estudantes. “Enfrentamos um cenário em que até mesmo locais para os alunos se alimentarem estão com falta de cadeira”, ressaltou.

Ambos os professores apontaram para uma crise que se estende para além do âmbito educacional, atribuindo a situação a uma “herança histórica” de desinvestimento em políticas públicas. A greve, portanto, busca chamar a atenção do Congresso Nacional para a urgente necessidade de revisão orçamentária que abranja as demandas do setor educacional.

Com uma postura firme, mas aberta ao diálogo, Herlon e Dionisio destacaram a importância de negociações que possam levar a concessões mútuas em prol do avanço das condições de trabalho e estudo nos institutos federais. “Não é uma greve contra o Executivo, mas uma luta por reconhecimento e apoio no Congresso”, declarou Herlon.

Além disso, disse que enfatizando o papel crucial da vice-presidente congressista Ana e de outros parlamentares na busca por soluções. “Temos 6 anos de desidratação de orçamento de políticas públicas. Eu espero que o apoio que estamos tendo da frente parlamentar. Ainda não temos apoio de parlamentares da região, mas estamos convidando para eles chegarem juntos, porque a nível nacional já temos de entender que é necessário e preciso fazer isso sim”.

O IFSertãoPE, por meio de comunicado oficial, reafirma o início da greve a partir do dia 10 de abril em diversos campi, ressaltando o compromisso da gestão em dialogar com o Comitê de Greve para encontrar caminhos que garantam os serviços essenciais e respeitem os direitos dos servidores.

Este movimento reitera a necessidade de uma reflexão profunda e de ações concretas que enderecem as demandas de professores e funcionários, visando não apenas a melhoria imediata das condições de trabalho, mas também a sustentabilidade e excelência do ensino público federal no Brasil.