Ficar doente ou sofrer um acidente no trabalho, tem sido a realidade de muitos brasileiros. Segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, entre os anos de 2012 a 2020, foram registrados 5,6 milhões de casos de doenças e acidentes ocupacionais no país.
As doenças ocupacionais causam muitos prejuízos para as empresas e também para os regimes de previdência. O Instituto de Previdência de Juazeiro (IPJ) gasta mais de R$ 220 mil por mês com o pagamento de aposentadorias por invalidez.
Segundo o médico perito e coordenador de junta médica do IPJ, Cesar Falcão, as doenças ocupacionais são patologias causadas pelo trabalho ou agravadas por ele, quando o trabalhador já possui um problema de saúde pré-existente e o desempenho de suas funções causa piora.
As doenças mais recorrentes são divididas em três grupos:
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) – afetam os tendões, ligamentos e músculos das articulações dos punhos, joelhos, cotovelos e ombros.
Doenças Ocupacionais Relacionadas ao Trabalho (DORT) – são provocadas, entre outros fatores, por sobrecargas de peso; excesso de força empregada para execução de tarefas; uso de instrumentos que transmitem vibração excessiva ou atividades executadas com postura inadequada. Os distúrbios mais comuns são tendinites, lombargias e mialgias.
Os sintomas mais comuns provocados por esses dois grupos de enfermidades são: dores, dormência e formigamento na área afetada, além de perda de força ou dificuldade para movimentar os membros.
Transtornos Mentais – os mais comuns associados ao trabalho são: síndrome de Bournout, depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Podem ser desencadeados por um trauma intenso, excesso de tarefas ou pressões emocionais cotidianas, por exemplo.
Mudanças de hábitos ajudam na prevenção
O médico Cesar Falcão ressalta que os cuidados para prevenir as doenças ocupacionais vão além do ambiente profissional. “Não podemos apenas pensar em segurança laboral, em diminuir os riscos de acidentes e de doenças, somente no trabalho. É como um atleta que se dedica não apenas no jogo e no treino, mas mantém uma preparação constante. Temos que cuidar da nossa alimentação, evitar o consumo de álcool e cigarro, ter horário para o descanso e cuidar da saúde mental”, explicou.
O profissional ainda recomenda o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e atenção à ergonomia, que leva em consideração as condições físicas da estação de trabalho (iluminação, clima e mobília).