Os servidores municipais que atuam na saúde de Juazeiro estão realizando uma paralisação de 72 horas. O movimento teve início na segunda-feira (27) e se estende até hoje (29), com uma manifestação em frente ao Paço Municipal. O objetivo é protestar contra a retirada de direitos dos trabalhadores. Entre as reivindicações, destacam-se questões relacionadas à insalubridade e auxílio-alimentação.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde da Prefeitura de Juazeiro (SINTRAB-Saúde), Telma Marineide, explicou que a insalubridade está sendo tratada como uma gratificação comum e não mais anexada ao salário base ou inicial da carreira. “Deixamos de receber insalubridade como um direito e passamos a receber como uma gratificação comum. Os servidores não concordam com isso e estão sofrendo prejuízos causados pela gestão”, afirmou Telma.Sobre o auxílio-alimentação, Telma destacou que houve uma mudança na denominação e no pagamento. “O que era chamado de auxílio-alimentação, na realidade, é uma ajuda de custo para servidores que trabalham em áreas distantes, principalmente na zona rural. A gestão reduziu o valor e alterou a forma de pagamento desse direito estatutário.”Outra questão abordada foi a complementação salarial para profissionais da enfermagem. Segundo Telma, a complementação do governo federal está sendo descontada, resultando em uma perda de 6% até o momento. “Estamos pagando impostos sobre o valor da complementação e não recebemos nossos direitos contabilizados sobre o valor total”, explicou.A Secretaria de Saúde de Juazeiro informou que está tomando medidas para minimizar os impactos da paralisação nos serviços assistenciais. A adesão de alguns profissionais, principalmente na atenção básica, foi registrada, mas as equipes estão reorganizando os fluxos.”Deixamos 70% dos servidores em atividade, conforme a legislação, porque temos o SAMU, o UPA e o hospital. O que pode parar é a atenção básica, que já não funciona aos sábados e domingos. A maioria dos servidores na atenção básica são temporários, o que nos prejudica”, afirmou Telma.O sindicato busca uma negociação com a gestão municipal e já acionou o Ministério Público do Trabalho para mediação. “Esperamos que a administração reconheça os erros e convoque uma reunião para resolver os problemas. Muitos profissionais estão próximos da aposentadoria e perdendo direitos adquiridos com muita luta”, disse Telma.A paralisação envolve todos os servidores com direito à insalubridade e à enfermagem, além de multiprofissionais. “Precisamos divulgar o que está ocorrendo em Juazeiro. A prefeita está deixando os servidores endividados e perdendo direitos”, concluiu Telma.
