Sessão esquenta com troca de farpas entre Gilmar Santos e Dhiego Serra sobre ocupação do MST em Petrolina

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A sessão desta quinta-feira (10) na Câmara de Vereadores de Petrolina foi marcada por um embate acalorado entre os vereadores Gilmar Santos (PT) e Dhiego Serra (PL) após a polêmica visita do bolsonarista ao acampamento do MST na Fazenda Copa Fruit, área atualmente ocupada por trabalhadores sem terra.

Gilmar foi direto ao repudiar o que chamou de “atitude covarde e sensacionalista” de Dhiego. “Quero expressar aqui o meu repúdio ao vereador Dhiego Serra, que de forma ridícula e covarde foi fazer sensacionalismo em uma ocupação onde temos mais de 1.000 famílias de trabalhadores. Chegou lá para provocar, para agredir a dignidade dessas pessoas organizadas pelo MST.”

O parlamentar também defendeu a legitimidade da ocupação da Copa Fruit, alegando que a fazenda está improdutiva há mais de 20 anos e com diversas dívidas trabalhistas. “Dê um dado concreto de qual terra produtiva o MST invadiu. O MST só ocupa áreas improdutivas, e segundo o artigo 184 da Constituição, elas devem ser desapropriadas para cumprir sua função social.”

Santos ainda criticou a postura de Serra e o apontou como integrante de um grupo que cometeu, na sua opinão, crimes reais. “É muito simples chamar esses trabalhadores de vagabundos. Mas o senhor é apoiador de um vagabundo maior, que roubou joias e liderou um grupo que quebrou o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. A sua hipocrisia é tamanha que não sei se o problema é de cognição ou de mau-caratismo para inventar tanta mentira e ainda posar de herói da justiça.”

A resposta de Dhiego Serra veio com ironia. O vereador acusou Gilmar de ter uma “paixão reprimida” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro:
“Tem uma música que diz: ‘Eu tive um amor, amor tão bonito…’. Esse amor que Gilmar tem por Bolsonaro é um amor que marca. Mas a hipocrisia reina! Sabe por quê? Porque aqui ele falou de um deputado federal que ameaçou Lula de morte, mas não tem a mesma coragem de defender um parlamentar que quase foi assassinado, porque fui cercado por integrantes do MST quando fui gravar um vídeo.”

Apresentando uma liminar que, segundo ele, determina a reintegração de posse da área, Serra reafirmou que a propriedade é produtiva e pertence à empresa Metafruit, que teria quitado todas as pendências após adquiri-la em leilão judicial. “Eu faço questão de ver invasor saindo da terra de produtor. Quem coloca comida na mesa é o agronegócio. Petrolina deve tudo à fruticultura irrigada”, disparou.