Em entrevista ao programa Nossa Voz, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), indicou de forma clara sua intenção de disputar o Senado Federal nas eleições de 2026. Demonstrando fidelidade ao presidente Lula e alinhamento político ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), o ministro cravou o campo em que deseja atuar: o da base governista (federal), ao lado do PSB e do PT, afastando-se de vez da hipótese de composição com outras lideranças da centro-direita no estado. Costa Filho chega a Petrolina hoje (12), onde cumpre agenda institucional e participa dos eventos presentes no circuito junino na cidade.
“Eu sou muito grato ao presidente Lula (…) e tenho a confiança de que teremos seu apoio para disputar o Senado”, afirmou Costa Filho, acrescentando que seu objetivo é representar Pernambuco com foco em pautas como abastecimento de água, infraestrutura e investimentos sociais. O ministro também reforçou sua proximidade com João Campos. “Estive ao lado de João desde a primeira eleição e fomos o primeiro partido a declarar apoio à sua reeleição”.
Mesmo ao reiterar que “é cedo para tratar de 2026”, o ministro faz um aceno ao tempo político, mas não esconde que a articulação está em curso. A fala de que a “principal eleição” agora é ajudar Pernambuco funciona como um gesto de lealdade institucional, enquanto prepara o terreno para uma candidatura majoritária que dependerá diretamente do aval de Lula e de Campos.
Sendo assim, o cenário que se desenha a partir da fala de Silvio Costa Filho tem impacto direto na composição da chapa da base governista em Pernambuco. Com o ministro buscando uma vaga ao Senado e o senador Humberto Costa (PT) sendo nome naturalmente cotado para a reeleição, fortalece-se a ideia de que as duas cadeiras do Senado na chapa de João Campos estariam dividas entre o PT e o Republicanos.
Se houve esta confirmação, nomes como Marília Arraes (Solidariedade) e Miguel Coelho (União Brasil), que pleiteavam espaço na majoritária ao Senado, seriam deslocados para disputas secundárias, possivelmente com um deles compondo a vaga de vice na chapa de Campos. A tendência é que ambos se vejam compelidos a optar por uma aliança pragmática, caso desejem manter alguma inserção no jogo majoritário estadual, haja vista que na eleição de 2022 ambos foram adversários do pessebista.
Diante disso, Silvio Costa Filho faz questão de adotar um tom de respeito aos outros nomes postos. “São nomes legítimos, com experiência política”, disse, referindo-se a outros pré-candidatos ao Senado. Mas sua própria narrativa, construída sobre lealdade a Lula e João Campos, sinaliza que busca precedência na composição da chapa.
A fala do ministro também ajuda a consolidar a costura de um bloco político que tem como principal objetivo a eleição de João Campos ao governo estadual, ampliando o arco de alianças da esquerda e centro. Costa Filho, ao se posicionar com clareza, distancia-se de qualquer especulação sobre possível reaproximação com blocos como o da governadora Raquel Lyra (PSD) ou de candidaturas independentes.