Síndrome respiratória: alta de casos em crianças põe estados em alerta

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Nas últimas semanas, estados têm vivenciado um caos na saúde pública provocado pelo aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de até 11 anos. Em Pernambuco, por exemplo, a fila por um leito em unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica e neonatal chegou a ter 90 crianças. Pelo menos dois bebês morreram à espera de vaga.

O pesquisador e coordenador do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, explica que a alta está relacionada, em menor grau, a vírus respiratórios, como o da Covid e da gripe. No entanto, o que causa mais preocupação é o surto de Vírus Sincicial Respiratório, que afeta principalmente crianças entre 0 e 4 anos.

De acordo com o especialista, o aumento tem sido observado pelo menos desde fevereiro, momento que marcou a volta às aulas presenciais em instituições de ensino públicas e privadas. Em conjunto com a flexibilização das medidas de prevenção contra a Covid-19 — como a desobrigação do uso de máscaras e a liberação de grandes eventos —, o cenário favoreceu a circulação dos vírus.

“É diferente do que a gente viu no início do ano letivo de 2021, que ainda preservava o ensino a distância ou o modelo híbrido. Agora, não, foi fundamentalmente presencial”, observa Marcelo.

Com o aumento dos casos de SRAG em crianças, alguns locais já voltaram a adotar as medidas preventivas. Em Minas Gerais, as prefeituras de Betim e Nova Lima retomaram a obrigatoriedade do uso de máscaras em escolas, como forma de evitar a proliferação das doenças infecciosas. Em São Bernardo do Campo (SP), o acessório também voltou a ser exigido em espaços públicos.

Na última segunda-feira (23/5), o governo de Santa Catarina soltou nota reforçando a importância das medidas de prevenção e alertou para a alta de doenças respiratórias em crianças. Desde o início do ano, o estado computou 36 ocorrências do tipo nessa população, sendo que dois deles evoluíram para óbito. As duas mortes e outros 28 casos foram causados pelo vírus Influenza tipo A (H3N2).

Na semana passada, a Secretaria de Saúde de Pernambuco anunciou que dobraria o número de vagas de UTI para crianças na rede pública do estado em razão da alta demanda.

(Metrópole)